As pessoas ficam falando mal do Lula, mas, na verdade, ele só merece pena. É uma vida desgraçada a do ex-presidente petista. Está certo, dá dinheiro. Dá muito dinheiro. Dá dinheiro demais —R$ 30 milhões em palestras e doações ao Instituto Lula feitas por empreiteiras pilhadas assaltando a Petrobras, noves fora o salário e a aposentadoria do Estado. O excesso de liquidez é uma das misérias da ex-presidência petista.
Outros seres humanos vivem com rendimentos exagerados. Mas o ex-presidente do PT é dependente do exorbitante. É como aquelas pessoas doentes que, não podendo respirar oxigênio, são isoladas numa bolha. Lula sofre com a insensibilidade do Sérgio Moro com o seu vício pela anormalidade.
É forçoso reconhecer que se trata de valores altos para doações e palestras, o que, no contexto do esquema criminoso da Petrobras, gera dúvidas sobre a generosidade das empresas”, anotou o juiz da Lava Jato no despacho em que ordenou que Lula fosse retirado da bolha para ser interrogado no Brasil real.
No interior da bolha petista vigora uma monarquia absolutista. Ali, o ex-presidente Luís Inácio autoproclamou-se Dom Lula 1º (e único), o venturoso. Isolado do meio ambiente exterior, respira exorbitância, sua substância vital. Faz isso como se nada tivesse sido descoberto sobre o que ele fez nos verões passados.
Coisas estranhas sucedem com o ex-presidente no reino da bolha. Imóveis lhe caem no colo —um sítio do tamanho de 24 campos de futebol, um triplex à beira mar… Empreiteiras se oferecem para reformar as propriedades. Composta de gente incompreensiva, a força-tarefa da Lava Jato destila suspeição em documento oficial:
“A suspeita é que os valores com que o ex-presidente foi agraciado constituem propinas pagas a título de contraprestação pelos favores ilícitos obtidos no esquema Petrobras. A vantagem não precisa ser dinheiro, não precisar estar diretamente ligada ao ato. Nós podemos verificar que mesmo após o exercício da Presidência podem estar sendo pagos ainda vantagens ao ex-presidente.”
Arrancado “coercitivamente” do reino da bolha pela Política Federal, Dom Lula 1º (e único) se deparou nesta sexta-feira com a República, cuja proclamação ele passou a considerar um erro. Sobretudo depois que as instituições republicanas começaram a iluminar seus calcanhares de vidro, o sítio de vidro, o triplex de vidro, as palestras de vidro, o instituto de vidro, a biografia de vidro…
Depois de interrogado, o ex-presidente petista foi liberado para retornar ao mundo da bolha. Disse que, por algumas horas, se sentiu como um “prisioneiro”. Horas depois, declarou ter sido “sequestrado” pela Polícia Federal. O soberano estava de volta ao seu ambiente natural.
Uma claque de devotos realiza o trabalho humanitário, estimulando com urros e palavras de ordem um ex-presidente notoriamente despreparado para lidar com a realidade. A militância faz as vezes de qualquer mãe com seu filho problemático. Estimula-o a desfrutar de sua anormalidade.
Meio choroso, Lula acenou com a hipótese de trocar a bolha pelo Planalto em 2018, se o doutor Moro deixar. “Cutucaram o cão com vara curta. Eu quero oferecer a vocês esse jovem de 70 anos de idade, com tesão de 30, corpo de atleta de 20 anos. Não tenho preguiça de acordar às 6h e dormir as 22h. A partir de hoje a única resposta à insolência e ofensa que fizeram a mim é ir pra rua e dizer: ‘Eu tô vivo e sou mais honesto que vocês’.”
Alguma coisa subiu à cabeça do soberano petista. E não é nada que se pareça com sensatez. “Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo, porque a jararaca está viva.''
A jararaca é capaz de tudo, menos de dar explicações. Elitizada, declara-se perseguida pela “elite”. Quem não é devoto não consegue entender os efeitos que a prosperidade exerce sobre uma cobra criada no reino da bolha, respirando exorbitância.
Uma claque de devotos realiza o trabalho humanitário, estimulando com urros e palavras de ordem. Mas, não impedirá o trabalho da Policia Federal, Ministério Publico Federal e da Receita Federal que em boa hora e de acordo com as leis vai indiciar e denunciar à justiça.
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