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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 8 de março de 2016

PT paga muitos dólares a chantagista que tem detalhes de operação escabrosa realizada na Petrobras em 2004. Enrosco envolve a morte de Celso Daniel - Por: Reinaldo Azevedo


Atenção, leitor, para um rolo dos diabos — uma história bem típica do modo de agir dos companheiros. A edição de VEJA desta semana traz uma reportagem de Robson Bonin que narra uma história do balacobaco. 

A informação quente, pelando, é a seguinte: um desses sujeitos que costumam transitar no submundo da política e que já foi condenado no processo do mensalão — Enivaldo Quadrado — chantageou o PT para não fornecer detalhes sobre uma operação criminosa que surrupiou R$ 6 milhões dos cofres da Petrobras em 2004. Chantageou e levou a grana. Em dólares. 

E sabem para que teria servido aqueles R$ 6 milhões roubados da Petrobras em 2004? Para pagar outra chantagem: um empresário ligado ao PT ameaçava envolver os nomes de Lula, Gilberto Carvalho e José Dirceu na morte de Celso Daniel, prefeito de Santo André, assassinado no dia 18 de janeiro de 2002.

Entenderam? Quadrado chantageou o PT há alguns dias para não revelar detalhes de uma operação ocorrida há dez anos, que envolveu um assalto aos cofres da Petrobras. Tudo para preservar três medalhões do PT. Agora vamos a detalhes das duas operações. Comecemos pela primeira chantagem.

1: Segundo a reportagem, em 2004, Ronan Maria Pinto, empresário de ônibus ligado ao PT e hoje dono de um jornal em Santo André, exigiu R$ 6 milhões para não implicar os nomes de Lula, Dirceu e Carvalho na morte de Celso Daniel.

2: O comando do PT recorreu aos serviços de, digamos, amigos poderosos para conseguir o dinheiro. 

Prestem atenção à tramoia, segundo apurou a reportagem:
a: o pecuarista José Carlos Bumlai, amigão de Lula, contraiu um empréstimo de R$ 6 milhões junto ao Banco Schain;

b: Bumlai usou a sua influência na Petrobras para que a construtora Schain, do mesmo grupo, aumentasse seus negócios com a estatal em exatos… R$ 6 milhões;

c: quem negociou pela estatal foi o diretor Guilherme Estrela, amigão de Lula;

d: o dinheiro emprestado a Bumlai foi parar nas mãos da empresa 2S Participações, que pertencia a… Marcos Valério.

e: Marcos Valério fez, então, um contrato de mútuo para emprestar o dinheiro a Ronan Maria Pinto, aquele mesmo que, segundo a reportagem, exigia R$ 6 milhões para não implicar os chefões petistas na morte de Daniel;

f: no contrato de mútuo, figura como agente financeira a empresa Remar Agenciamento e Assessoria Ltda., que foi contratada justamente por… Enivaldo Quadrado!

3: Em setembro de 2012, Marcos Valério já havia relatado esses fatos ao Ministério Público. 

Voltemos agora ao tal Quadrado.
Condenado pelo STF a três anos e meio por lavagem de dinheiro no processo do mensalão, Quadrado voltou a ser preso pela Operação Lava Jato. Tão logo saiu da cadeia, ameaçou fornecer detalhes sobre um documento que estava sob a guarda do doleiro Alberto Youssef. Sabem qual? Justamente o contrato firmado entre a empresa de Marcos Valério e a Expresso Nova Santo André Ltda, de Ronan.
Por que um contrato entre Valério e Ronan estava com Youssef? 


Olha o jararaca aí - Eis um mistério.

Seja como for, a reportagem de VEJA apurou que Quadrado apresentou a conta de seu silêncio a João Vaccari Neto, tesoureiro do PT. E a cúpula do partido teria decidido dar os dólares que ele pediu. Só para lembrar: Vaccari é uma das pessoas acusadas pelo engenheiro Paulo Roberto Costa como beneficiária — em nome do partido, claro! — do esquema de corrupção que vigorava na Petrobras.

Como vocês veem, relato esse caso do âmbito da política, mas é evidente que se trata de uma conjunção de casos de polícia.

Só para lembrar.
José Carlos Bumlai de tal sorte é amigo de Lula que, quando o chefão petista era presidente, havia na portaria do Palácio do Planalto este aviso:

Um comentário:

  1. As mentiras, as fantasias, as nuvens, os crimes e o teatro apresentados por Lula nos governos do PT só fizeram mal ao povo. Pena que o povo vá reconhecer muito tarde.

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