Em um ponto, pelo menos, concordam a presidente afastada Dilma Rousseff e o presidente em exercício Michel Temer: a situação de transitoriedade do governo atual “não é útil” para o Brasil.
Temer disse-o ontem em entrevista ao SBT. Indiretamente, Dilma diz quase todo dia quando bate sem piedade em Temer e no governo que ele comanda. Deveriam queixar-se à Justiça.
A transitoriedade está prevista em lei – e para acabar com ela só mudando a Constituição, tarefa difícil que o Congresso se nega a enfrentar desde o impeachment de Fernando Collor.
Além de prevista em lei, a transitoriedade foi regulamentada em detalhes pelos atuais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento recente.
O ideal para Dilma seria a permanência no cargo até o último ato do seu julgamento pelo Senado. Para Temer, um processo relâmpago de impeachment que confirmasse sua presidência em definitivo.
Compreensíveis tais posições, mas irreais como demonstrado. Algo tão traumático como um impeachment exige certo tempo para ser assimilado por todos os seus personagens, o povo incluído.
De resto, o tempo serve também para assegurar o devido respeito legal aos direitos do presidente processado. Como tirar às pressas do poder quem foi posto ali pela maioria dos eleitores?
O que tem feito mal ao país nos dias que correm não é a transição de um governo para outro, mas o clima de confronto e de acirramento de ânimos criado pela presidente afastada e por seus aliados.
As ruas já não respondem mais com tanta energia ao discurso do golpe. Entre quinhentas e mil pessoas, apenas, compareceram, no Rio, a uma manifestação estrelada pela própria Dilma.
País a fora, os chamados movimentos sociais reúnem cada vez menos gente para protestar contra o fim próximo de um governo desastroso que não deixará saudade nem mesmo no PT e em Lula.
Dilma parece destinada a sair de cena da mesma maneira como governou: sozinha.
O destino da Dilma é o que ela escolheu : O crime.
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