“O Brasil não merece os políticos que tem”. (desabafo feito pelo General João
Figueiredo, Presidente da República entre 1979 a 1984).
Figueiredo, Presidente da República entre 1979 a 1984).
126 anos depois de imposta a nossa pátria, através de um golpe militar, a forma de governo republicana ainda não teve um presidente com as qualidades do nosso último imperador, Dom Pedro II.
Parece até maldição. Entra Presidente, sai Presidente e nenhum é alvo – não diria de orgulho, pois que é querer demais para tempos tão caóticos – pelo menos do mínimo de respeito por parte do sofrido e decepcionado povo brasileiro. Os dois últimos presidentes da República, Lula e Dilma, conseguiram levar só nas ruas de São Paulo, mais de um milhão de pessoas que gritavam: Fora PT. Dilma, inclusive, está afastada da Presidência, devido à abertura de processo de impeachment já que ela violou a lei orçamentária ao autorizar despesas extras de R$ 2,5 bilhões, entre julho e agosto de 2015, mesmo sabendo que o gasto era incompatível com a meta fiscal, economia anual do governo para pagar a dívida pública.
Quem
foi esse Dom Pedro II, que 124 anos depois da morte, ainda é
considerado “O maior dos brasileiros? “O simples espaço de um artigo é
insuficiente para falar nas razões que levam os brasileiros a não
esquecerem o nosso último Imperador. Chefe de Estado por quase 50 anos,
ele foi também uma das figuras mais admiradas e respeitadas do século
XIX, em todo o mundo. Seria repetitivo citar os frutos materiais do seu
reinado, quando nossa pátria teve uma moeda estável e forte – o mil réis
– que correspondia a 0,9 (nove décimos) de grama de ouro e equivalia ao
dólar e à libra esterlina. Desnecessário lembrar que no 2º Império, o
Brasil possuía a segunda Marinha de Guerra do mundo; implantou os
primeiros Correios e Telégrafos da América. Durante os 67 anos da
Monarquia a inflação média anual foi de apenas 1,5%. Isso mesmo: um e
meio por cento de inflação ao ano!
O Parlamento do Império era comparado ao da Inglaterra. A diplomacia do Brasil era uma das primeiras do mundo. No reinado de Dom Pedro II não havia presos políticos, nem censura à imprensa. A liberdade era tanto que circulava até um jornal pregando a derrubada da Monarquia.
Mas minha intenção é escrever sobre as qualidades e virtudes do nosso último Imperador. Dom Pedro II era um intelectual, sempre encontrado com um livro numa mão e um lápis na outra, fazendo anotações. Parte do seu ordenado era destinado ao financiamento dos estudos de muitos brasileiros. Alguns dos que receberam ajuda do Imperador chegaram a se destacar na música e na pintura, como Carlos Gomes e Victor Meireles. Fundou, o magnânimo Pedro II, bibliotecas, museus e observatórios astronômicos e meteorológicos.
Dom Pedro II era também poliglota. Lia Homero e Horácio no original. Falava corretamente o francês, o italiano, o alemão, o espanhol e traduzia o holandês e sueco. Discursava em grego e latim e ainda entendia a língua dos nossos índios (tupi-guarani) e o provençal. Seus biógrafos afirmam que ele também estudou o hebraico e o árabe. Os conhecimentos do nosso último Imperador eram algo de incomum: discorria sobre matemática, biologia, química, fisiologia, medicina, economia, política, história, egiptologia, arqueologia, arte, helenismo, cosmografia e astronomia. Vale o registro: No Brasil, o patrono da Astronomia é Dom Pedro II.
Como governante gozou ele de grande popularidade junto ao povo. Quando do seu regresso ao Brasil, após sua última viagem à Europa, a poucos meses do golpe militar que o derrubaria do Trono, a recepção de que foi alvo foi assim descrita pelo historiador cearense Capistrano de Abreu: “O povo entupia as ruas, cobria os morros, desrespeitava os telhados”. Tudo para saudar Dom Pedro II...
Daubrée, discursando no Instituto da França quando do falecimento do nosso Imperador disse: “No entanto, quaisquer que fossem a extensão e força dessa bela inteligência, o que mais devemos admirar nessa personalidade que nos foi arrebatada é a suprema bondade, essa benevolente simplicidade, essa resignação serena no meio dos revezes inesperados e imerecidos da fortuna, essa generosidade constante, diante das ingratidões e traições, em uma palavra, essa grandeza de alma que nunca melhor resplandeceu que nas dores do exílio”.
Eis uma pequena amostra daquele que ainda hoje é considerado “O maior dos brasileiros...”.
(*) Armando Lopes Rafael é historiador. Membro Correspondente da Academia de Letras e Artes “Mater Salvatoris”, de Salvador (BA) e sócio do Instituto Cultural do Cariri.
No último dia 13 de março mais de um milhão de paulistanos foi às ruas com o grito; "Fora Dilma"!
Prezado Armando Rafael - As monarquias pelo mundo inteiro estão sempre bem a frente de quaisquer outros regimes. Não se deve olhar e seguir os exemplos de quem fica pra trás. O poeta popular de minha terra Raimundo Lucas Bidinho, de saudosa memoria fez este versinho no governo Collor. Se vivo fosse não precisava mudar em nada.
ResponderExcluirVeja que perfeita definição:
Olhando a antiguidade
A noite quando me deito
Fico a sonhar sobre o leito
Com o Brasil dos Andradas
Ali a honestidade
Nascia do coração
Roubo, furto e destorção
Hoje é quem nasce primeiro
Em cada dez brasileiros
Tem oito ou nove ladrão.
Morais:
ResponderExcluirO saudoso empresário de Juazeiro do Norte, Antônio Corrêa Celestino, certa vez decepcionado com um político republicano disse alto a frase abaixo:
-- Eu tinha a encomenda de um cabra ruim, mas esse indivíduo superou toda a medida pensada...