Vi para o Crato em 1969. Fiquei na casa de uma parente, estudava no Colégio Estadual Wilson Gonçalves. No ano seguinte o meu pai alugou uma casa e vieram morar comigo meu irmão Pedro Morais e o primo Expedito Morais. No dia 30 de Abril de 1970 pela manhã recebi a visita do amigo Delfonso. Sua vinda ao cariri tinha a finalidade de assistir o jogo entre Cruzeiro e Fortaleza, na inauguração do estadio Romeirão.
Na tarde do dia 30 fomos eu, Pedro e Delfonso no carro do meu nobre amigo Cesário Saraiva Cruz ao Aeroporto Nossa Senhora de Fátima, na Serra do Araripe, ver a equipe do Cruzeiro. Pouca gente presente, o avião pousou os jogadores desceram todos muito elegantes, de terno, com as mochilas penduradas no ombro, não se via um brinco, pilsen ou tatuagem. Ficaram todos aguardando o ônibus que ia levá-los para o hotel em Juazeiro do Norte.
Delfonso, na sua singeleza, parecia não acreditar no que via. Olhava o Raul assim como se olhasse Perna Santa, Dirceu Lopes e Piaza como se fosse Seu Tonho de Cota e Tinteiro, via em Tostão um Nenên de Canuta. Craques que marcaram a seleção de Várzea-Alegre nos velhos tempos.
No dia primeiro de Maio de 1970 foi inaugurado o Estádio Romeirão em Juazeiro do Norte - CE. Jogaram Cruzeiro e Fortaleza, o primeiro gol do estadio foi margado por Natal e o Cruzeiro venceu por 3 x 0.
Sempre que encontrava o Delfonso ele dizia - Antonio, mais o Natal jogava bonito...
Sempre que encontrava o Delfonso ele dizia - Antonio, mais o Natal jogava bonito...
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