Li, tempos atrás, um artigo de João Francisco Neto onde constavam os dois parágrafos abaixo:
“Em 1969, quando era Presidente dos EUA, Richard Nixon visando obter o apoio da opinião pública e enfrentar as crescentes manifestações de rua contra a Guerra do Vietnã, convocou a imprensa e proferiu um vigoroso discurso, em que apelava pelo apoio da “maioria silenciosa”. Para ele, a maioria silenciosa seria composta pelo grande número de cidadãos americanos que não saíam às ruas para protestar, e que, ao contrário, seriam favoráveis à continuação do conflito. Enfim, essa chamada “maioria silenciosa” seria formada pelos cidadãos comuns, contrários aos valores da contracultura da época, e que, enfim, pretendiam apenas viver normalmente e criar seus filhos num país estável e seguro.
O discurso foi muito bem recebido pela população americana, e Nixon se convenceu de que, realmente, tinha o apoio da grande maioria silenciosa, que não protestava pelas ruas. Tanto foi assim que, em seguida, enviou mais tropas para o Vietnam e, no ano seguinte, em 1970, promoveu a invasão do Camboja, um pequeno país vizinho ao Vietnam, que acabou envolvido no conflito, juntamente com o Laos”.
Mutatis mutandi, ou transplantando as coisas para o lado de cá, o dado concreto é que existe mesmo essa “maioria silenciosa”. Ela é formada pela maioria que não está nas ruas, nem nos comícios. É formada pela maioria que fica observando o desenrolar dos acontecimentos. Gosto de ouvir o homem comum, pois ele é, geralmente, um observador privilegiado. Na última 4ª feira, um desses homens (que lava meu carro semanalmente) fez-me uma observação a respeito do comício feito por Lula no centro de Crato, naquele dia.
– Tinha muitos ônibus e carros trazendo pessoas de Juazeiro, Barbalha e até de municípios próximos de Crato... daqui de Crato tinha pouca gente. Depois, Lula não é mais aquele homem de quando era o presidente. Hoje o povo olha pra ele meio desconfiado...
Aquilo me deixou com uma pulga atrás da orelha. Naquele momento convenci-me de que é a maioria silenciosa quem vai decidir as eleições do próximo dia 2 de outubro. Posso até estar enganado, mas essa maioria silenciosa, que assiste diariamente notícias sobre a roubalheira que tomou conta do Brasil é que vai se pronunciar.
É a maioria silenciosa, perplexa e indignada, com os frequentes e sucessivos escândalos, pela falta de ética e respeito com o povo, formada por pessoas que apenas almeja trabalhar, criar seus filhos e viver com dignidade num país de respeito e numa cidade tranquila quem vai dar a palavra final... É aguardar para conferir!
Postado por Armando Lopes Rafael
Eu também entendo assim. Quem vai decidir é aquele silencioso, calado que vai deixar sua resposta na urna.
ResponderExcluir