Ele tinha o direito de ser chamado Sua Alteza Imperial e Real. O Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil de 1921 a 1981, era franco, leal e coerente com os seus princípios. Delicadíssimo no trato com todas as pessoas, era incapaz de ofender a quem quer que fosse.
Mas, em matéria de princípios, era inflexível. Suas convicções anticomunistas, nunca teve medo de afirmá-las de público, sem jactância, mas com ufania, mesmo em seus últimos anos de vida, quando passou a ser “politicamente incorreto” ser conservador.
O Príncipe Dom Pedro Henrique, sempre fiel a tais princípios, neles se empenhou em formar sua numerosa prole. E via com satisfação que dois de seus filhos – os Príncipes Dom Luiz (atual Chefe da Casa Imperial do Brasil) e Dom Bertrand (atual Príncipe Imperial do Brasil) – levaram a fidelidade aos mesmos princípios ao ponto de dedicarem o melhor de seus esforços – numa época em que a famigerada Cláusula Pétrea não lhes permitia atuar politicamente em prol da Monarquia – na defesa da Civilização Cristã ameaçada pelo avanço comunista.
Essa posição claramente anticomunista não se chocava, na mente do Príncipe Dom Pedro Henrique, com a imparcialidade política própria de um Monarca e, por extensão, de um Chefe de Casa. Sua Alteza entendia, como também entendem seus filhos, atuais herdeiros do Trono, os Príncipes Dom Luiz, Dom Bertrand e Dom Antônio, bem como já demonstram entender seus netos, herdeiros do porvir monárquico, o Príncipe Dom Rafael e a Princesa Dona Maria Gabriela, que um Monarca Constitucional não precisa esconder as ideias que tem. A imparcialidade política que deve manter não lhe pede tanto.
Todo o Brasil conhecia as convicções abolicionistas do Imperador Dom Pedro II e da Princesa Imperial Dona Isabel, que, obviamente, não violaram a Constituição por terem, nem por deixar saber que tinham, tais convicções. A respeito disso, fala o comunicado que o Círculo Monárquico Isabel, a Redentora, de Porto Alegre (RS), fez publicar no jornal “Zero Hora”, em sua edição de 23 de dezembro de 1988:
“O que se deve esperar de um pretendente ao trono numa monarquia constitucional é que, em matéria política, como em qualquer outra, ele de nenhum modo vá além dos limites que a Constituição estabeleça a seu poder. O que o obrigará, uma vez coroado, a abstenções e silêncios, quiçá dolorosos, mas que a lealdade ao juramento do respeito à Constituição, que era prestado no Brasil sobre os Santos Evangelhos, lhe obriga a respeitar escrupulosamente.”
( Baseado em trecho do livro “Dom Pedro Henrique – O Condestável das Saudades e da Esperança”, do Prof. Armando Alexandre dos Santos).
O povo do Rio de Janeiro que convive com a pior representação politica do Brasil, mais do que qualquer outro em todos os tempos, certamente têm razão de sentir raiva do Marechal Deodoro da Fonseca pela proclamação da Republica. Não há como comparar os personagens dos dois tempos.
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