Ela foi a terceira imperatriz do Império do Brasil
Fonte: Site neoabolicionistas
Sua Alteza Real a Senhora D. Teresa Cristina Maria Giuseppa Gasparre Baltassare Melchiorre Gennara Rosalia Lucia Francesca d’Assisi Elisabetta Francesca di Padova Donata Bonosa Andrea d’Avelino Rita Liutgarda Geltruda Venancia Taddea Spiridione Rocca Matilde di Borbone-Sicilie e Borbón, Princesa das Duas Sicílias e Princesa de Bourbon-Anjou, nasceu aos 14 de março de 1822, no Palácio Real de Nápoles.
Era a décima filha de S.M. o Senhor D. Francesco I (1777-1830), Rei das Duas Sicílias (etc.) e de S.M. a Senhora D. Maria Isabella (1789-1848), Rainha-Consorte das Duas Sicílias, nascida Infanta D. Maria Isabel de Espanha, Princesa de Bourbon-Anjou.
Quando nasceu a futura imperatriz brasileira reinava seu avô, D. Ferdinando I (1751-1825) — D. Ferdinando III de Nápoles e IV da Sicília, o primeiro a adotar o título de “Rei das Duas Sicílias”, no contexto do Congresso de Viena. A esposa dele, Rainha D. Maria Carolina (1752-1814), era a irmã predileta de Marie Antoinette da França (1755-1793). Em represália ao regicídio, a Armada napolitana uniu-se à espanhola para invadir a França Revolucionária em 1793.
A Princesa D. Teresa Cristina casou-se por procuração em Nápoles, em 30 de maio de 1843, com seu primo-sobrinho — sua mãe era irmã mais nova de D. Carlota Joaquina e sua tia, a mãe de D. Leopoldina —, D. Pedro II do Brasil (1825-1891), que foi representado na cerimônia pelo irmão da noiva, o Príncipe D. Leopoldo, Conde de Siracusa (1813-1860).
Desembarcou no Rio de Janeiro em 03 de setembro do mesmo ano e, no dia seguinte, o casal foi abençoado na Capela Imperial, pelo Bispo do Rio de Janeiro, D. Manoel do Monte Rodrigues de Araujo (1798-1863), Capelão-Mor de Sua Majestade e Conde de Irajá.
A decepção com as características físicas da consorte foi um dos episódios mais traumáticos da vida de D. Pedro II. Segundo os biógrafos antigos e contemporâneos (Heitor Lyra, Pedro Calmon e Roderick Barman), o casamento não se consumou no curso do primeiro ano.
O tempo fez brotar no casal considerável afeição. Do matrimônio nasceram 5 filhos mas só dois sobreviveram: as princesas Isabel e Leopoldina.
D. Thereza Christina passou 46 anos no Brasil, coadjuvando o marido, cuidando da prole, atuando na caridade social e incentivando as artes e o progresso científico e cultural da pátria de adoção. Está longe, contudo, de ter sido uma nulidade social e política. Deve-se a ela o nascedouro da imigração de povos itálicos ao nosso País. Em decorrência dos trabalhos infatigáveis com os pobres e desvalidos foi fixada no culto popular enquanto “Mãe dos Brasileiros”, epíteto que correspondeu grandemente à realidade.
Por ocasião da Proclamação da República, deu-se trânsito horrendo, em meio a nevoeiro e penumbra, entre a canhoneira Parnahyba e o paquete Alagoas. D. Thereza Christina, idosa e debilitada, cheia de dores reumáticas, gritando pavorosamente, quase caiu no mar. Um dos traidores de plantão, Capitão Mallet — João Nepomuceno de Medeiros Mallet (1840-1907), filho do Marechal Mallet, da Guerra do Paraguai — testemunhou mais tarde que se ela ou o Imperador tivessem caído, ele se jogaria junto, afogando-se, para não ser linchado no Rio de Janeiro.
Sua Majestade Imperial faleceu em 28 de dezembro de 1889, no Grande Hotel, na Cidade do Porto, em Portugal. Sem dúvida a morte resultou do golpe militar que jamais esperou e que fê-la prisioneira domiciliar no Rio de Janeiro e proscrita do Brasil.
D. Thereza Christina morreu convalescendo da asma de que sofria, na ausência do marido e da filha — D. Isabel estava na Espanha com os tios Duques de Montpensier. Na hora da morte, a Imperatriz tinha a seu lado sua dama de honra, Baronesa viúva de Japurá, D. Maria Izabel de Andrade Pinto Lisboa (1822-1904) e a filha desta, Maria Isabel Ribeiro Lisboa, sobrinha do Almirante Marquês de Tamandaré. Recebeu os sacramentos da Igreja, pois um padre foi trazido às pressas, do meio da rua, para lhos ministrar. Foi velada e sepultada na necrópole real bragantina, a Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, em funerais oficiais decretados pelo recém-entronizado D. Carlos I de Portugal (1863-1908), sobrinho-neto do casal.
Na Monarquia a honra, decência e Caráter nasciam do berço. Nesta republiqueta de meia tigela a malandragem, a desonra e os maus costumes nascem primeiro.
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