Os imóveis apresentam problemas como rachadura, infiltrações, além de paredes e teto cedendo
Fonte: Diário do Nordeste
Os moradores estão preocupados com o risco de desabamento pelos problemas que vêm ocorrendo. A construtora se comprometeu em analisar todas as situações, mas adverte para o risco de mudanças na estrutura ( Foto: André Costa )
Juazeiro do Norte. Moradores do conjunto popular Nossa Senhora das Dores, do "Minha Casa, Minha Vida", no bairro Betolândia, neste Município, denunciam "as péssimas condições estruturais das residências". Segundo eles, há meses os imóveis estão apresentando problemas como rachadura, infiltrações, além de paredes e teto cedendo. As moradias populares foram entregues em 2014. Ao todo, são mais de 700 residências.
"Em pouco mais de dois anos, minha casa já passou por 12 reformas. É um absurdo", diz o cantor Cícero da Silva Moraes. Sua vizinha, Ana Lopes Oliveira, conta que não consegue dormir com medo das rachaduras que se espalham pelos cômodos. "Sou doente, preciso tomar remédio toda noite e, de uns dias para cá, minha situação tem piorado por conta da casa. As paredes estralam, tenho medo de a casa desabar e por isso não consigo dormir", diz a dona de casa.
A aposentada Ana Vicente Arruda mostra, com desgosto, as inúmeras infiltrações de sua residência. "Um engenheiro veio aqui e disse que minha casa está cedendo, mas, até agora, ninguém fez nada. Quando eu faço faxina aqui, a água escorre toda para casa do vizinho", critica.
O radialista Humberto Lima conta que mudou para cuidar da mãe, de 89 anos, que mora num imóvel em condições semelhantes. "Não tinha como deixar minha mãe, que já é idosa, morando sozinha e está tudo rachado, prestes a cair", acrescenta. Segundo ele, "inúmeras tentativas de diálogo com a construtora já foram feitas, em vão". Ele teme que o teto do quarto onde a mãe dorme desabe. "Não precisa ser especialista para atestar que esse forro está comprometido. Bem em cima da cama dela está uma caixa d'água, se isso desabar, eu temo pelo pior", conta.
O medo de desabamento parece ser compartilhado entre aqueles que tiveram suas residência danificadas. "Peço a Deus que nos livre de uma tragédia, pois vejo a hora de esse teto desabar e matar eu e meus dois filhos", teme a dona de casa Josilene Silva Santos. No caso dela, a construtora Constantini Engenharia, empreiteira responsável pela construção dos 713 imóveis do conjunto, já sinalizou com o pagamento de um aluguel enquanto sua casa for reparada. "Eles disseram que pagam, mas é difícil achar um imóvel sem contrato de locação de um ano, enquanto isso, a gente fica com medo de dormir", acrescenta.
"Em dezembro do ano passado, o piso da minha casa cedeu todo. Dois engenheiros da construtora vieram aqui, disseram que a reforma era prioridade, mas até hoje nada foi feito. Moro com dois netos e também estou com medo que algo de pior aconteça", conclui a aposentada Maria do Rosário Lima Marcelino.
O setor de habitação da Caixa Econômica Federal disse que "acionou a construtora para que sejam apuradas as denúncias". Segundo o banco, a construtora foi orientada a "realizar os reparos em menor tempo possível".
Já o engenheiro Rodrigo Tanuri, responsável pela Constantini, disse que "todas as solicitações dos moradores estão sendo apuradas". Segundo ele, "dez funcionários estão realizando reparos em casas da Rua 10 e as demais residências serão vistoriadas nos próximos dias. Caso seja constatado que o problema nas casas, não foi por mal-uso, a empresa irá reformar, já que estão dentro do prazo da garantia de cinco anos. Além disso, àqueles imóveis que estão em obras, estamos pagando aluguéis".
Tanuri ressalta, no entanto, que muitos moradores estão modificando a estrutura. "Essas casas foram projetadas e feitas para terem essa estrutura. Muitos chegam e constroem muros, bares e até aumentam os cômodos da casa, sem nenhuma avaliação de engenheiros", critica. Por fim, afirma que, "se analisados de forma técnica, os problemas não são graves", e garantiu que "nenhum imóvel corre o risco de desabar".
Era previsto. Pelo que observamos do orçamento de cada casa era retirado, o cimento para o PT, o ferro para o PMDB, as colunas para o PSDB então sobrava o esqueleto para usuário morrer debaixo.
ResponderExcluirNão é atoa que no conjunto Mãe das Dores, em Juazeiro do Norte, os inquilinos chamam este projeto de:
ResponderExcluirMINHA CASA, MINHA DÍVIDA!
Outro dia um gaiato disse numa matéria jornalistica de uma televisão de Juazeiro:
-- Se continuar a deterioração das nossas casas daqui a algum tempo isso será conhecido como:
CONJUNTO DA SÍRIA...