A Imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no rio Paraíba do Sul no ano de 1717. Portanto, em 2017 o encontro da Imagem completará 300 anos.
Em comemoração à data, o Santuário Nacional de Aparecida promove o Jubileu “300 anos de bênçãos”, com uma programação devocional e obras de fé que vão nos preparar para o grandioso tricentenário.
Imagens peregrinas estão sendo enviadas a diversas arqui(dioceses) e Missionários Redentoristas levarão a cada capital do país uma imagem fac símile da Padroeira. Durante a peregrinação, serão colhidas porções de terra das capitais brasileiras para compor uma coroa especial para Nossa Senhora Aparecida.
Será inaugurado o Campanário do Santuário Nacional com sinos fabricados na Holanda e a grandiosa Cúpula da Basílica que também será inaugurada no Ano Jubilar. O dia 12 de outubro de 2016 marcará a abertura do Ano Jubilar em comemoração aos 300 anos.
No ano de 1717, três pescadores, levados por necessidades históricas e econômicas, saíram a pescar, numa época escassa de peixes. Por ação misteriosa de Deus, chegando ao “Porto de Itaguassu”, a primeira coisa que caiu em suas redes foi o corpo de uma imagem quebrada, na altura do pescoço.
Num segundo lance de rede, pescaram a cabeça da mesma imagem. Juntando as duas partes viu-se que se tratava da Senhora da Conceição. Depois do encontro da Imagem, a pesca de peixes foi abundante e os pescadores intuíram a presença e ação de Deus naquele singular evento. Por assim ter aparecido, o povo chamou-a de “Aparecida”, nome consagrado pela devoção popular, chegando a ser proclamada Rainha em 1904, e Padroeira do Brasil em 1930.
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Logo após a Independência do Brasil, o Imperador Dom Pedro I entendeu que o Brasil precisava ter um santo padroeiro oficialmente autorizado pelo Vaticano. É bom esclarecer que Dom Pedro I, já tinha feito de modo pessoal (sem autorização do Papa) a consagração do Brasil a Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Isso aconteceu na cidade de Aparecida do Norte, quando da vinda de Dom Pedro I de São Paulo para o Rio de Janeiro, logo após ter declarado o Brasil independente de Portugal, com o simbólico grito de “Independência ou Morte!”, em 7 de Setembro de 1822, às margens do Riacho Ipiranga.
Mas voltemos ao pedido de Dom Pedro I ao Vaticano. Em sua carta o nosso primeiro imperador solicitou ao Papa que fizesse de São Pedro de Alcântara o Padroeiro do Brasil, tendo o Papa aprovado o pedido e enviado a Bula com a designação oficial do nosso Padroeiro e Protetor.
Com o golpe militar de 15 de novembro de 1889, que instaurou – sem consulta popular – a forma de governo republicana no Brasil, São Pedro de Alcântara foi sendo discretamente e programaticamente esquecido, provavelmente porque seu nome lembrava o dos dois imperadores da nossa pátria (Dom Pedro I e Dom Pedro II, ambos registrados como “Pedro de Alcântara”). Os golpistas, esses sim, foram autores de um golpe, pois não estava prevista na Constituição do Império a extinção da monarquia, acrescida da expulsão da Família Imperial do Brasil).
Porém, ainda hoje, o nome de São Pedro de Alcântara consta nos missais mais tradicionais da Igreja Católica. E foi num desses missais mais tradicionais, que consta São Pedro de Alcântara como “Padroeiro do Brasil” que recentemente adquiri um exemplar, reeditado pela Editora Artpress, de São Paulo, edição de 2015. Trata-se do “Adoremus – Manual de Orações e Exercícios Piedosos” – Por Dom Frei Eduardo, O.F.M. – XX Edição Bahia – Tipografia de São Francisco – 1942).
Quem é São Pedro de Alcântara
Frei Pedro nasceu em Alcântara (Cáceres, Espanha) em 1499. Filho de Alonso Garabito e de Maria Vilela, recebeu no batismo o nome de Juan de Sanabria. Depois de três anos de estudos em Salamanca (1511-1515), entrou na Ordem Franciscana, na Custódia do Santo Evangelho (1516), que mais tarde, em 1520, se converteria em Província de São Gabriel. Em Majarretes (Badajoz), lugar de seu noviciado, nasceu um novo homem: Juan de Sanabria se transformou em Pedro de Alcântara.
Durante muitos anos, Frei Pedro de Alcântara foi diretor espiritual da Família Real de Portugal. Ali fez um grande trabalho de santificação com os membros daquela família, de onde surgiram alguns santos da Igreja. Ainda hoje a família Bragança é tida como a Família Real mais católica do mundo.
São Pedro de Alcântara foi confessor e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila e ajudou na reforma da Ordem Carmelita. Santa Teresa escreveu sobre ele: “Modelo de virtudes era Frei Pedro de Alcântara! O mundo de hoje já não é capaz de uma tal perfeição. Este homem santo é de nosso tempo, mas seu fervor é forte como de outros tempos. Tem o mundo a seus pés. Que valor deu o Senhor a este santo para fazer durante 47 anos tão rígida penitência!”.
Depois de uma grande atividade eremítica e apostólica, morreu em Arenas de San Pedro (Ávila), no dia 18 de outubro de 1562, aos 63 anos. Em 1622 foi beatificado por Gregório XV e, em 1669, foi canonizado por Clemente IX. Em 1826 foi declarado Padroeiro do Brasil.
Salve Nossa Senhora Aparecida. Que Ela olhe com carinho pelo Brasil e pelo seu povo.
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