Uma mão pequena e tímida toca ao portão.
Um pão dormido satisfaz a suja mão.
O adolescente segue de porta achando que é gente, que é cidadão.
Acha que é merecedor da pena que carrega.
O céu só o quer sob o signo do sofrimento.
Deus, o recompensa, pensa.
Estamos em Setembro.
É o verão, e o verão todos meses terríveis.
O sertanejo olha para o céu e se lenitiva.
Dois instantes de amargura.
O silencio no campo poeirento amedronta.
Os demônios descansam e os santos ressoam.
Nenhum som de trovão, de cachoeira e nem mesmo de goteira.
Balança-se a rede e a criança resmunga, pensando que é gente, que é cidadã. Resmungar vai ser sempre sua fala.
O velho fuma cachimbo dá-lha a impressão de ser gente.
É um cidadão.
Olha o olho do sol e lagrimeja.
Vê as coisas deformadas, como todas as coisas que lhe ensinaram, em toda sua vida, os pais, os padres, os pastores e os políticos.
Reza, pede, resmunga e sonha.
Seu sonho lhe dá vida que desperto não tem. Este é um pouco do cenário do inicio do verão do sertão do nordeste.
José de Morais Brito
Está programado um encontro em Várzea-Alegre na saída da cidade para Farias Brito. Haverá um congraçamento do jumento do Padre Vieira com o jegue de Garanhuns. Vai ser uma festa da porra, digna do povo mais alegre e feliz do Brasil.
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