Um Presidente da República com elevado índice de popularidade pode simbolizar seu povo, mas só muito excepcionalmente, e quase sempre de modo passageiro, enquanto conseguir manter a popularidade.
O General Charles de Gaulle, na França, certamente exerceu uma função simbólica dessas durante a Segunda Guerra Mundial. Mas, terminando o conflito, depois de alguns poucos anos na Presidência, seu prestígio já se desgastara, como era, aliás, inevitável.
A simbolização dos respectivos povos, os Monarcas a exercem habitual e estavelmente. E não sofrem os desgastes dos Presidentes. A popularidade dos Presidentes é passageira, efêmera e depende continuamente da propaganda organizada. O normal de um Presidente é estar sempre consultando as pesquisas de opinião pública, para pautar seus atos conforme lhe suba ou caia a cotação. Em poucos meses, ou mesmo semanas, um Presidente muito popular pode cair para níveis baixíssimos de aprovação e confiança por parte do eleitorado.
Quão diferente é a popularidade dos Monarcas!
Em 1953, foi coroada, ainda bem jovem, a Rainha Elizabeth II. As pesquisas de opinião, na época, revelavam que Sua Majestade era a figura mais popular do Reino Unido. Em mais de sessenta anos, sucederam-se, nas Ilhas Britânicas, treze Gabinetes Ministeriais, alternando-se Primeiros Ministros conservadores e trabalhistas. As mais recentes pesquisas de opinião constatam que a Rainha, agora nonagenária, continua a ser a pessoa mais querida pelos seus súditos.
- Baseado em trecho do livro “Parlamentarismo, sim! Mas à brasileira, com Poder Moderador eficaz e paternal”, do Prof. Armando Alexandre dos Santos.
Foto: a jovem Rainha Elizabeth II do Reino Unido e o General Charles de Gaulle, Presidente da França.
Nenhum comentário:
Postar um comentário