Levar o futebol em conta apenas pelo inferno dos resultados é condená-lo ao desinteresse futuro.
É ingenuidade pensar viver o futebol apenas de improvisação, espontaneidade e reflexo, sem reflexão.
Ao mesmo tempo, reduzir esta arte aos esquemas pragmáticos daqueles preocupados apenas em garantir o emprego é uma ameaça.
“Especialistas” e “entendidos” se aferram em explicar os modismos táticos a inundar os nossos times. Justificam, com isso, ser importante apenas o resultado.
No fim, vemos a qualidade do jogo ir para o brejo com a bezerrada e tudo.
Se aceitarmos isso, o futebol vai se tornar mais chato do que está.
Num tempo não muito distante, um bom jogador era responsável por duas ou três grandes jogadas numa partida.
Hoje, isso é impossível.
Ganhar o jogo é o que importa.
Jogar bem e bonito não interessa.
Assiste-se, aqui e ali, a contendas empolgantes entre times destituídos de boa técnica.
Mas isso não salva a lavoura do espetáculo.
É onde mora o perigo.
Daqui a pouco nós não vamos reconhecer o valor em um jogo de futebol.
O nosso gosto estará fatalmente satisfeito com o inservível.
Bom lembrar: dois valores individuais fizeram a diferença na vitória do Ceará sobre o Internacional – Lima e Éverson.
Não me venham depois dizer que não avisei.
O feio no futebol, hoje em dia, é perder. Não importa se o gol foi da pênalti não existente, se foi impedido. O que importa são os três pontos.
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