Só cerca de dois mil militantes do PT estiveram no comício de Campos. Lula também foi hostilizado no hotel onde ficou hospedado
Fonte:Folha de S.Paulo, 06-12-2017 (ATIA SEABRA, ENVIADA ESPECIAL CAMPOS, RJ )
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou protestos e
percalços nesta terça-feira (5), segundo dia de sua caravana pelos
Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Com uma faixa com a
inscrição "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", cerca de 200 apoiadores
do deputado Jair Bolsonaro (PSC) fizeram uma manifestação nas
escadarias da Câmara de Vereadores de Campos, diante da praça onde Lula
deu início à visita ao Estado do Rio. Foi a maior manifestação encarada
por Lula desde o início de sua caravana, em agosto.
Os
simpatizantes de Bolsonaro queimaram bandeiras e gritaram palavras de
ordem. Entre os gritos, o nome de Brilhante Ustra. Os organizadores do
protesto, o engenheiro Vander Paulo Silveira Júnior e o administrador
Carlos Víctor Carvalho (CVC), ambos de 29 anos, afirmaram que a intenção
é levar Bolsonaro à cidade, onde garantem ter 7.000 adeptos em sua
página na rede social. Sem filiação partidária, Vander pretende
ingressar no partido militar. Os dois contam já terem se reunido com
Flávio Bolsonaro, filho do pré-candidato. Do outro lado da rua, cerca de
dois mil militantes assistiam ao discurso do ex-presidente. A PM não
fez estimativa de participantes. Do palanque, de onde se podia ouvir a
vaia de manifestantes, Lula chamou a população do Rio de cordata, mas
disse que o fluminense se sente traído pela classe política.
Ele contou ainda ter sido alertado por seus colaboradores sobre o ânimo
do eleitor do Rio. Interlocutores do ex-presidente dizem que, advertido,
Lula afirmou que não se entra no jogo apenas quando se está em
vantagem. "Se o povo está desacreditado, a gente tem que conversar
seriamente com o povo", discursou. Sem citar Bolsonaro, Lula lembrou que
um pré-candidato defendeu a posse de fuzis para fazendeiros. "Não vou
dar fuzil para fazendeiro. Vou dar terra para trabalhador rural",
discursou afirmou Lula. Após o encerramento do ato, que consumiu menos
de uma hora, apoiadores e opositores de Lula trocaram insultos na rua,
contidos por um cordão da PM.
Esse não foi o único incidente
na agenda do ex-presidente. Na chegada ao hotel em Campos, um hóspede o
chamou de ladrão no hall. Aos gritos, sendo conduzido ao elevador por
seguranças até o elevador. Mais tarde, na saída do hotel, a caminho da
praça, um grupo de jovens, com camisa do Senai, o aguardava na calçada.
Para ser levado ao ato, Lula dispensou o ônibus, símbolo da caravana, e
optou por um carro de passeio.
A chuva também atrapalhou.
Na parada programada na cidade de Iconha (ES), apenas cerca de 50
pessoas o aguardavam quando chegou, por volta das 15h. O ex-presidente
nem sequer subiu no carro de som para discursar, limitando-se a posar
para selfies e abraçar simpatizantes. Na parada seguinte, Cachoeiro de
Itapemirim, divisa com Rio, a forte chuva prejudicou a passagem de
bandeira das mãos do presidente do PT do Espírito Santo, João Coser,
para o representante do Rio. Apesar dos dissabores enfrentados no Rio,
Lula avisou no palanque que se prepara para ir ao Paraná, sede da
"República de Curitiba".
Não era pra menos. O maior responsável pelo que passa o Rio de Janeiro é o Lula. Não tem como separar Lula do PMDB do Rio de janeiro e seus políticos sebosos, condenados e presos..
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