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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

“Reis” republicanos?


Na Coreia do Norte, de pai para filho, como três gerações de tiranos se alternam no poder
   Nas últimas décadas, presidentes de vários países republicanos passaram a pleitear a reeleição indefinida para o cargo que ocupam. Quando necessário, eles chegam até a alterar a Constituição de seus respectivos países — ou a recorrer ao Judiciário, cujos integrantes das mais altas cortes são normalmente escolhidos por eles — para tentar perpetuar-se no Poder.
    
   Neste sentido, a Suprema Corte da Bolívia autorizou há pouco Evo Morales a concorrer ao seu quarto mandato. Somado aos anteriores, serão 19 anos de reinado, digo, de presidência.
  
     Isso não obstante 51% dos votantes daquele país lhe terem negado, no plebiscito de janeiro de 2016, a possibilidade de reeleição. A decisão da Suprema Corte boliviana é um exemplo de judicialização da política, uma nova forma de impor “democraticamente”, goela abaixo, o que foi rejeitado democraticamente.
  
     Com isso, fica suficientemente exposta a manipulação do sistema republicano. Os que defendem essa reeleição indefinida não querem os Reis de antigamente, cujos governos são hereditários e avessos às demagogias, mas querem aventureiros que sequestram o Estado pelo tempo que for conveniente à ideologia que defendem.
    
    Tais manobras jurídico-políticas visam levar os países onde são praticadas a uma situação análoga à da Venezuela de Hugo Chávez e de seu “delfim” Nicolás Maduro, cuja meta é Cuba, sequestrada por Fidel Castro, que passou o poder ao seu irmão Raul; ou então a Coreia do Norte, com três gerações de tiranos no poder, de pai para filho; ou ainda a Rússia, onde Putin tem a pretensão de tornar-se um novo “czar”…
   
    Ou seja, será uma caricatura grotesca da forma de governo monárquica que eles tanto detestam. A corrupção da Monarquia, segundo Santo Tomás, tem um nome: Tirania.

Um comentário:

  1. Nasci na década de 50 do século passado, em Várzea-Alegre. Fui batizado pelo Padre José Otávio de Andrade com quem também fiz a primeira comunhão. No inicio da década de 60 fui crismado por Frei Damião. Nesse tempo ensinavam que o que era pecado, pecado era. Hoje, o Papa sai de Roma para fazer o pelo sinal num ditador tirano, Maduro que de tão ruim não amadurece.

    O Papa Francisco ou qualquer outro, que assim agir, se dane junto com os padrecos da igreja que defendem políticos safados e sebosos do tipo ditadores. Eu estou fora. Não serei conivente com o que o Padre Otávio considerava pecado. Se fodam os enganadores. Não tenho medo do inferno apresentado por alguns padres do presente. Os diabos são eles.

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