Seja honesto, ético, faça o certo, mesmo quando ninguém estiver olhando.
O efeito retórico dessa afirmação é imediato, mas não gera prenúncio de nada.
Ao contrário, pode revelar um comportamento idealizado, inteiramente divorciado do mundo real.
Já disse em crônica passada, que o homem de bem é um defunto mal informado nesse país de larápios. Nem ele sabe que já morreu.
A honestidade está fora de moda. O honesto é um estorvo. Desonestidade é “Cult”.
É clara a preferência em aniquilar os dedicados em tornar suportável a nossa curta aventura na terra brasilis.
É abatida a tiros toda e qualquer intenção de construir o bem alicerçado na coisa limpa e transparente.
Ser o esperto é pouco. Tem que ser o mais esperto.
Para esses, a justiça tarda, mas só chega (quando chega) a conta gotas.
A maldita publicidade de uma marca de cigarros em que Gérson, canhotinha de ouro tricampeão do mundo, dizia ser preciso levar vantagem em tudo, é lembrada como uma doce reminiscência.
Uma outra declaração (não se tratou de propaganda) foi motivo de riso como contribuição para os “causos” do futebol.
Na sua fracassada passagem pela Gávea, o jogador Vampeta declarou: “O Flamengo finge que me paga e eu finjo que jogo”.
Nada mais Brasil do que uma afirmação como essa. País do faz de conta.
Quem forma no exército de resistência à inclinação pelo desonesto, apanha mais do que o cão para ir a missa.
Talvez, o espaço que ocupo nesta página, como ponto de observação, tivesse maior utilidade para o envio de condolências às vitimas da roubalheira.
Ser honesto no Brasil equivale a ser saci em baile de rasteira. É isso
Se Deus se apiedar do Brasil depois de umas quatro gerações esse sentimento de esperteza pode mudar.
ResponderExcluirConcordo em gênero, número e grau e assino embaixo do que foi escrito pelo veterano radialista Wilton Bezerra, que além de comentarista esportivo dos mais abalizados, revela-se cronista perspicaz do cotidiano local e nacional. (Francisco José, jornalista, natural do Crato, radicado em Campina Grande, Paraíba, desde 1980).
ResponderExcluirLi atentamente o comentário de Wilton Bezerra, radialista da geração de 1967, quando da inauguração da Rádio Progresso AM (hoje FM) de Juazeiro do Norte, no Cariri cearense. Atualmente na Rádio Verdes Mares e na TV Diário de Fortaleza, além de comentarista esportivo dos mais abalizados do Nordeste, Wilton revela-se um perspicaz cronista do cotidiano local e nacional. Concordo com ele, quando diz que a honestidade deu lugar à esperteza. E que é preciso ter atitudes éticas e honestas, mesmo quando alguém não estiver vendo. Conheço gente que considera ética uma coisa relativa. Mas não é. A ética é absoluta. A pessoa tem, ou não tem ética. Até porque, a ética é irmã siamesa da honestidade. Enquanto a falta dela ligação umbilical com a desonestidade. (Francisco José, jornalista, natural da cidade do Crato, radicado em Campina Grande, desde 1980, integrante do Departamento de Radiojornalismo da Rádio Correio FM do Sistema Correio de Comunicação).
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