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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 25 de julho de 2018

O QUE FAZER? - Por Wilton Bezerra, Comentarista esportivo da TV Diário e Rádio Verdes Mares.




Estavam demorando as reações críticas aos resultados finais da Copa do Mundo da Russia.
Falo da lavada que a Europa deu na América do Sul.
É muito comum se dizer que os gigantes do milionário futebol europeu têm suas bases assentadas em valores sul-americanos.
Neymar e Messi encabeçam a longa lista de craques que fazem o show no futebol do Velho Mundo.
Quase de forma unânime, julgou-se antes da Copa que, ao tomar parte em campeonatos de alto nível, os jogadores desta banda do mundo estariam preparados para qualquer tipo de competição, incluindo a Copa.
No caso brasileiro, há o reconhecimento de um futebol anacrônico, praticado por clubes que se recusam a criar, dentro dos modernos contextos, uma maneira nova de jogar.
Brasil, Argentina e Uruguai, detentores de títulos, foram despachados antes das semifinais da Copa e a competição se vestiu de Europa em suas fases mais importantes.
E aí, é que já se observa, com frequência e abundância, posições reativas e tidas como ultrapassadas até um dia desses.
“Copiamos o estilo europeu e abandonamos as nossas raízes”, dizem uns. “Nossos jogadores deixaram de ser espontâneos”, afirmam outros.
Me chama a atenção a mais sensata opinião de Zico, o “Galinho de Quintino”, sobre o assunto: “Os jogadores sul-americanos são os mais caros e estão nos melhores clubes europeus. O que pode ser uma das razões é termos perdido um pouco da identidade do nosso futebol, do drible, do um contra um, da magia, da técnica, e estamos jogando somente o plano tático, no estilo europeu”.
E arremata: “O jogador sul-americano está indo muito cedo para a Europa e, em vez de treinar a individualidade, evoluir o lado de jogador, está preocupado com a questão técnica e tática”.
Vejam que a questão não é tão simples, como muitos apregoam.
A diáspora dos nossos jogadores rumo ao rico futebol das ligas européias carece de uma análise mais profunda e menos superficial.
Antes de qualquer opinião é preciso analisar o contexto atual de um futebol que mudou o seu jeito de jogar.
Tiraram o espaço e o tempo do jogo.
O que fazer?

Um comentário:

  1. Há um estranho compromisso da CBF com os clubes europeus que contratam jovens jogadores brasileiros. Foi vendido é convocado para jogar na seleção. Quem joga no Brasil não tem esse privilegio. Assim é que na próxima convocação o Vinicius Junior será convocado, coisa que não seria se continuasse jogando no Brasil. Outra coisa é a falta de caráter desses jogadores que se transformam em moleques depois da fama.

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