Em solenidade realizada no Planalto para a assinatura de novos contratos de concessão de linhas de transmissão de energia elétrica, Michel Temer atribuiu o pessimismo que varre o país à campanha eleitoral. Declarou também que seu sucessor, seja quem for, não terá como retroagir nos hipotéticos avanços obtidos por seu governo.
“Muitas e muitas vezes eu vejo um certo pessimismo, especialmente, convenhamos, em função das eleições que se aproximam”, declarou Temer. Por isso, faz tanta questão de realçar “as reformas todas que nós fizemos” para recuperar a economia.
Temer considera-se um presidente impecável. Acha que o próximo inquilino do Planalto não poderá senão dar seguimento à sua obra. Indagou: “Haverá alguém que chegará ao governo e dirá ‘olha aqui, não quero esta inflação ridícula de menos de 4%, quero é 10%, 11%’; ‘sou contra estes juros medíocres de 6,5%, quero é 14,25%, como era no passado’; 'não quero novos empregos, quero é problema que se verificava no passado'; ‘não quero essa nova fisionomia do setor elétrico do país, quero o que acontecia antes’?”.
Quem ouve Temer fica com vontade de beber da mesma água que ele está bebendo. O maior sonho das vítimas do governo Temer é viver no país que o presidente descreve nos seus discursos com tanto entusiasmo, seja ele onde for.
No mundo real, os dados citados por Temer demonstram o tamanho do buraco em que o país foi metido. Endividado e sem renda, o brasileiro foge das lojas. A estagnação econômica anestesia a inflação. Os investimentos continuam no freezer, pois mais vale o juro que o governo é obrigado a pagar para rolar sua dívida do que o risco do investimento. De resto, ainda há na praça quase 13 milhões de desempregados.
Sob Temer, a melhor notícia fornecida pelo governo foi a seguinte: após o impeachment de Dilma Rousseff, a taxa de corrupção não aumentou. Continuou nos mesmos 100%. O empreendimento que mais prosperou foi a indústria do cinismo. No momento, Temer é um ex-presidente no exercício da Presidência. Não governa mais o Brasil. Preside um país qualquer situado no Mundo da Lua.
O Temer teve um grande mérito : hoje é responsabilizado por tudo de ruim que o PT produziu.
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