Que República é essa?
Fonte: jornal O POVO, 15-11-2018.
O
Brasil que vive hoje o 129º aniversário da Proclamação da República é
muito mais parecido com o país em que o Marechal Deodoro da Fonseca
proclamou o início do período republicano brasileiro do que seria
desejável.
"Parcelas expressivas da população brasileira anseiam pela chegada dos benefícios que a República mandou colocar na bandeira, Ordem e Progresso. Essa ainda é uma questão em aberto para boa parte da população", afirma Marcus Dezemone, professor de História do Brasil Republicano da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O cientista político e professor da Universidade de Brasília, Lúcio de Brito, concorda que a República brasileira ainda não conseguiu atingir os objetivos almejados. "No Brasil, essa república tem sido expropriada da sua essência e isso é a própria base da corrupção, de todos os desvios", defende ele.
Um das principais questões, explicam os especialistas, é a falta de uma democracia fortalecida dentro da República. "Nós temos uma tradição de uma cultura política golpista, que não respeita as instituições e o regime propriamente estabelecido. A gente tem uma cultura de não dar prosseguimento ao jogo democrático", argumenta João Júlio Gomes, professor do Departamento de História da Universidade Estadual do Ceará (UECE). "Na maior parte da vivência republicana, tivemos experimentos autoritários. (...) E essa mentalidade autoritária permanece arraigada para muitos setores da sociedade", completa Marcus Dezemone.
A democracia representativa, modelo adotado pela república brasileira, vem dando sinais de desgaste em diferentes países. Para o professor Lúcio de Brito, no entanto, ainda não há saídas democráticas para essa problemática. "Não há ainda nenhuma alternativa. A democracia representativa sofre os impactos, (mas) não há alternativa. A não ser a ditadura ou então a democracia plebiscitária cotidiana, que é a essência da ditadura", explica ele.
Dezemone aponta outros caminhos que podem ser uma solução possível para uma população que exige maior participação no sistema político. "Ampliar a participação política democrática se valendo das inovações tecnológicas, mas impedir que essas mesmas inovações possam produzir efeitos nefastos", projeta.
O feriado da Proclamação da República é momento de reflexão sobre qual "república construímos até aqui e sobre a necessidade de associar a república sempre à democracia, deixando claro o seguinte: a democracia não é o regime da vontade das maiorias apenas, pois as maiorias podem ser tirânicas. A democracia é o regime no qual a vontade das maiorias é respeitada, garantindo os direitos das minorias. Esse é o risco maior que a gente corre hoje", acredita Dezemone.
É necessário também pensar o caminho a seguir. "A gente tem que ter cuidado com aspectos da democracia, seja o exercício da cidadania política, o direito ao voto. Isso não é uma conquista que está consolidada, infelizmente não está. Isso é algo que a gente tem que estar cotidianamente cuidando da nossa democracia para que a gente possa de fato usufruir dela por muitos anos", alerta Gomes.
Poucas pessoas na republica mereceram o respeito do brasileiro. A grande maioria se serviu do puder e o degenerou. Uma pena.
ResponderExcluirA Republica é nefasta só produz desgraça aonde é colocada! Aqui no Brasil são 130 anos dessa desgraça. Isso não deu certo e nunca dará aqui, e vocês que estudam tanto não admitem isso! Os valores da Nação Brasileira estão na Monarquia Constitucional Parlamentarista que foi adotada na Independência do Brasil e que fez dele uma potência mundial durante o 2.o Reinado.
ResponderExcluir