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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O Crato e o Cariri muito devem a Agostinho Balmes Odísio – por Armando Lopes Rafael

Monumento a Cristo Rei, construido em Crato. 
Obra do escultor Agostinho Balmes Odisio

     Italiano de nascimento, Agostinho Balmes Odísio foi um escultor e arquiteto que viveu seis anos no Cariri, entre 1934 e 1940. Neste curto espaço de tempo, ele foi autor de bom número de obras de arte implantadas no Cariri, sendo a mais conhecida a Coluna da Hora, com 29 metros de altura, onde está a estátua do Cristo Redentor, com seis metros — totalizando 35 metros — ainda hoje considerada o ícone da cidade de Crato.

       Agostinho Balmes nasceu em 1881, em Turim, norte da Itália, e formou-se pela Escola de Belas Artes daquela cidade. Na infância, foi aluno da Escola Profissional Domingos Sávio, mantida por São João Bosco.

     Em 1912, ele esculpiu um busto do Rei da Itália, Vito Emanuel II, conquistando o 1º lugar numa disputa por uma bolsa de estudo em Paris. Na Capital francesa, foi discípulo de August Rodin, considerado, ainda hoje, o maior escultor contemporâneo. Em 1913, com 32 anos de idade, Agostinho Odísio resolveu emigrar para a Argentina, onde residia um irmão seu. Entretanto, por motivos ignorados, desembarcou no Porto de Santos, em São Paulo e permaneceu no Brasil até sua morte.

     Durante 20 anos, produziu dezenas de obras de arte nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em 1934, devido a problemas de saúde, foi aconselhado a residir no Nordeste, por causa do clima quente da região. Por acaso, leu na Imprensa sobre a morte do Padre Cícero e, vislumbrando oportunidade de negócios – por conta da religiosidade da cidade – veio para Juazeiro do Norte, onde residiu até 1940. Agostinho Balmes foi também responsável pelo projeto do Palácio Episcopal de Crato, Coluna da Hora, na Praça Padre Cícero, e reforma do Santuário Diocesano Nossa Senhora das Dores, os dois últimos localizados em Juazeiro do Norte.

Palácio Episcopal Bom Pastor, pertencente à Diocese de Crato. 
Projeto de Agostinho Balmes Odísio




Um comentário:

  1. O Crato e a região tem sido useiro em esquecer a memória de pessoas importantes de sua historia. Inda hoje não encontramos edificações belas como as dos tempos de antanho.

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