Afirma-se que o candidato ganha as eleições e a Presidência, mas não ganha o poder.
Porque aí, entram outros fatores cujos códigos são bem conhecidos pelos especialistas em política.
Numa comparação com o futebol, lembramos um fato que nos serve como auxílio nessa reflexão.
Em 1953, ao se sagrar campeão carioca pelo Vasco da Gama, o treinador Gentil Cardoso, vitima de preconceito por ser negro e chamado de “papagaio falador” pelos dirigentes, aproveitou a campanha heróica à frente do time cruzmaltino e declarou o seguinte: “Estou com as massas. E as massas derrubam qualquer governo”.
Imaginou “o moço preto” que o apoio das massas (a torcida) lhe dava um poder acima dos “cardeais” que dominavam o clube.
No dia seguinte à declaração, foi demitido pelo presidente Cyro Aranha.
Na política brasileira, um certo “caçador de marajás”, depois de umas falcatruas, deu às costas para o Congresso, por achar que as massas estavam com ele.
Acabou perdendo a cadeira.
Anos depois, foi absolvido pela Justiça, mas aí Inês já estava morta e sepultada.
A seguir, apareceu Lula, líder das massas (olhem elas de novo) trabalhadoras. Passou a achar que era Deus e quis fazer do país um pedaço muito particular de poder, com invejável apoio popular.
As massas não conseguiram segurá-lo, depois dos mal feitos (um eufemismo para corrupção), e acabou na cadeia.
Dilma Rousseff enrolou-se com planos econômicos, que desorganizaram o Brasil.
Acabou perdendo o lugar para o seu vice de “estimação” Michel Temer.
Este último, sem apoio de massa nenhuma, pegou quatro dias de cadeia por entender que o país é a “casa de mãe Joana”.
Há poucos meses a Presidência está nas mãos de Jair Bolsonaro. Na sua campanha, prometeu às massas livrar a nação das mais variadas sequelas.
Por ter na sua equipe alguns componentes do exército de Brancaleone, anda embolando o meio-de-campo no trato de questões fundamentais para o país.
As massas andam preocupadas com o jeitão das reformas.
Mas, será que o povo, em forma de massa, não é apenas um reino de manipulação?
Ô assunto complicado !
Muito complicado mesmo. O seu belo texto esqueceu o FHC que pelas lambanças e estripulias produzidas merecia passar um bom tempo hospedado no xadrez. Todos se lembram da compra de votos dos parlamentares para a reeleição, esse modelo de governo que prejudica e muito mal faz ao Brasil.
ResponderExcluirTinha que ter contado o caso de Janio Quadros. O problema é o espaço ficar muito comprido.
ResponderExcluir