O Prof. José Newton Alves de Sousa com sua exposa, Maria Ruth (já falecida)
Tempus fugit! Esta expressão latina poderia ser traduzida por “O tempo foge", ou "O tempo voa".
Daqui a quatro meses, mais precisamente no dia 5 de junho, o Prof. José
Newton Alves de Sousa chegará aos 97 anos de idade. Na galeria dos
cratenses ilustres ele figura com destaque, graças as suas ações de
mestre renomado, chefe-de-família exemplar, cidadão digno, por ser uma pessoa dotada
de vasta cultura e, principalmente, sua postura de católico autêntico.
No início deste século, ou seja, no ano 2000, o nome do Prof. José
Newton chegou a ser lembrado entre os candidatos ao título de “Cearense do Século”,
pleito que, ao final, foi vencido pelo Padre Cícero Romão Batista. A
bem dizer, a longa existência do Prof. José Newton Alves de Sousa se
constitui, para quem o conhece, numa bela lição de vida. Lição que
deveria ser divulgada especialmente nestes tempos atuais. Escusado é
dizer que vivemos tempos medíocres e calamitosos, cujos reflexos
trouxeram e continuam a trazer imensos prejuízos para a perplexa
população deste nosso querido e infelicitado Brasil.
Certamente as novas gerações de cratenses desconhecem quem é o
professor José Newton Alves de Sousa. Permitam-me, pois, um rápido
retrospecto sobre a caminhada dele. Nascido em Crato, em 5 de junho de
1922, José Newton Alves de Sousa veio ao mundo no seio de uma família
modesta, mas profundamente imbuída dos princípios da fé Católica. Àquela
época, outros eram os tempos. Outras eram as pessoas daquela época!
Depois dos primeiros estudos feitos na sua cidade natal, o jovem José
Newton Alves de Sousa conseguiu – superando, provavelmente, previsíveis
dificuldades – a graduação em Ciências Sociais pela Faculdade de
Filosofia de Salvador, na Bahia. Dr. José Newton foi um fundador de
escolas. Como exemplos poderíamos citar o Ginásio Pio XII, em Salvador
na Bahia e o Colégio São João Bosco, na cidade de Crato. Partiu dele,
também, em 1968, a ideia da criação do Ginásio Prof. Bezerra de Brito,
do distrito da Ponta da Serra. Na época que ele ocupava o cargo de
Secretário de Educação do município de Crato.
Fundada a Faculdade de Filosofia do Crato, em 1959, o Prof. José Newton
foi seu primeiro diretor. Lá, por mais de uma década, deu o melhor de
si, levando aquela instituição de ensino superior a destacar-se na
história da educação no interior do Ceará. A Faculdade de Filosofia de
Crato foi o embrião da atual Universidade Regional do Cariri–URCA.
Aliás, a sigla URCA foi criação do Prof. José Newton.
Lembro-me de um fato da minha adolescência. Eram os primeiros anos da
década 60, quando fui, certa tarde, à residência do Prof. José Newton a
fim de cumprimentá-lo por ele ter sido agraciado – pelo Papa de então –
com o título honorífico de Comendador da Ordem Equestre de São Silvestre
Papa. Modesto – humilde mesmo – o professor José Newton Alves de Sousa
nunca deu publicidade daquela honraria que lhe fora concedida pelo
Vaticano, por indicação do terceiro bispo de Crato, Dom Vicente de Paulo
Araújo Matos. Outras honrarias certamente ele recebeu posteriormente.
Talvez foram guardadas na gaveta do esquecimento. É o seu estilo de
vida!
Ao lado de suas profícuas atividades pedagógicas, o professor José
Newton manteve extensa agenda intelectual. Desde a juventude foi
reconhecido como um dos bons poetas da sua geração. Foi também
jornalista e escreveu diversos livros. Talentoso, e com vasta produção
cultural, deve-se também a ele a criação da revista “Hihyté”, a qual – por muitos anos – publicou a produção acadêmica e as pesquisas de docentes da Faculdade de Filosofia de Crato.
Na sua longa existência, o professor José Newton não apenas criou
escolas, colégios e faculdades. Da sua bagagem de publicações – entre
densos livros e breves monografias, contabilizam-se cerca de cem obras.
Dr. José Newton é sócio do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, do Instituto do Ceará e do Instituto Cultural do Cariri,
mercê o valor de seus escritos, com destaque para a produção de artigos
e crônicas, publicadas em revistas e jornais, além de muitos opúsculos e
plaquetes de sua autoria. Foi por sua iniciativa que surgiu a Academia de Letras e Artes Mater Salvatoris, em Salvador da Bahia.
Para mim, no entanto, o lado mais fascinante da personalidade do Dr.
José Newton Alves de Sousa é a sua postura e coerência de um verdadeiro
católico, apostólico, plenamente romano. Ele e sua esposa, Maria Ruth,
já falecida (ela foi o único e grande amor da sua vida) formavam um
casal exemplar, no que diz respeito às exigências e testemunhos de uma
família autenticamente cristã.
O estilo é o homem! Ou como disse Nosso Senhor Jesus Cristo: “Pelos frutos se conhecem as árvores”.
Personalidade prestimosa do Crato. Merecedora de todas as homenagens.
ResponderExcluirPrezado Armando, boa tarde! Gostei muito do seu texto. Gostaria de saber se o professor Newton está em condições de receber visitas, especialmente para uma entrevista. Moro em Fortaleza e nunca o encontrei. Contudo, sabendo da sua importância para a educação em nosso estado, gostaria de puder com ele conversar.
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