Depois da tempestade da Comissão de Constituição e Justiça, virá a cobrança da comissão especial a ser instalada na Câmara para analisar o mérito da reforma da Previdência. O perfil dos dirigentes da comissão já foi definido. O relator será um deputado afinado com a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia). O presidente será avalizado pelo centrão, bloco majoritário. Ambos terão um traço em comum: o vínculo com Rodrigo Maia, o presidente da Câmara.
Maia gostaria de instalar a nova comissão antes do final de semana. Nesta quarta-feira, ele deve requisitar aos líderes partidários indicações de seus respectivos representantes no colegiado. Submeterá suas opções de nomes para a relatoria e a presidência aos líderes dos partidos que o guindaram ao comando da Câmara. Ao encostar o relator na equipe de Guedes e grudar o presidente no centrão, Maia cria um formato que conspira a favor do entendimento.
Responsável pela preparação do texto a ser levado a voto, o relator será desafiado a emendar a reforma do governo sem desfigurá-la. Incumbido de definir a pauta e conduzir as reuniões, o presidente pode apressar ou retardar os trabalhos conforme a disposição do governo de levar os cotovelos à mesa de conciliação. Os dois se movimentarão em cena como espécies de drones conduzidos por controle remoto desde o gabinete da presidência da Câmara.
Num cenário assim, Bolsonaro tem diante de si quatro caminhos a seguir. Os três primeiros são: negociar, negociar e negociar. O quarto caminho é o que conduz a vaca previdenciária automaticamente ao brejo.
Vai continuar a tentativa do toma lá dá cá. E nada de pensar no Brasil.
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