Com a popularidade em declínio, Jair Bolsonaro executa uma estratégia de redução de danos. Tenta reaver o prestígio perdido. Prioriza o pedaço mais pobre do eleitorado. Move-se em ritmo de toque de caixa. Num intervalo de menos de dez dias, exibiu-se mais do que fizera nos quatro meses inaugurais do seu governo. Adicionou às tradicionais incursões nas redes sociais um lote de aparições nas redes de TV aberta, no Youtube e em eventos com grandes plateias.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro cumpriu o principal estágio da primeira fase do plano de restauração da imagem. Gravou cerca de meia hora de conversa com Silvio Santos, no estúdio do SBT. Num esforço para potencializar a vitrine, bateu bumbo no Twitter e no Facebook: "Gravando com o maior comunicador deste país. Assuntos de interesse de todos os brasileiros, incluindo a Nova Previdência. Programa irá ao ar neste domingo. Não percam!"
Na véspera, Bolsonaro encostara sua imagem conturbada no prestígio de outro apresentador popular: José Luiz Datena, da Band. Antes, concedera entrevista a uma youtuber mirim e exibira-se no horário nobre de rádio e TV em dois pronunciamentos transmitidos em rede nacional.
Num pronunciamento, Bolsonaro congratulou-se com deputados por aprovar a reforma da Previdência na Comissão de Justica da Câmara. Noutro, usou a rede nacional para esmiuçar, no Dia do Trabalhador, as medidas que adotou para simplificar a abertura de pequenos negócios.
Bolsonaro fechou com um discurso num evento evangélico, em Camboriú (SC), a semana que ele abrira com um pronunciamento numa feira agropecuária, em Ribeirão Preto (SP). Aos evangélicos, disse que exerce a Presidência como "missão de Deus". Foi como missionário que desautorizara, dois dias antes, a ideia de criação de "um imposto contra as igrejas."
Aos ruralistas, Bolsonaro falou sobre linha de crédito do Banco do Brasil, fez piada sobre juros baixos e prometeu enviar ao Congresso projeto que concede imunidade criminal a dono de terra que atirar em invasor. A exemplo do que faz nas redes sociais, o capitão prega para convertidos. Parece interessado em reagrupar a tropa, não em alistar novos admiradores.
O resultado do esforço será medido pelas próximas pesquisas de opinião. A história demonstra que aparições marqueteiras tendem a surtir pouco efeito quando o governante não tem muito a exibir além do próprio gogó. Sem prosperidade não há popularidade.
E comum políticos se valerem de artistas, ídolos do esporte e figuras da mídia, embora não seja normal. Pior só se valer do recurso publico para comprar como fez o PT. Corrompeu a todos e a tudo para por fim terminar com os seus lideres na cadeia.
ResponderExcluir