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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 5 de maio de 2019

Contas públicas do Brasil: crescendo igual a rabo de cavalo – por Sílvio Natal (*)


Bola de neve e atoleiro das nossas contas públicas.

   Os que vão discutir a proposta de emenda constitucional enviada pelo governo ao Congresso visando à reforma do sistema de aposentadorias e pensões deveriam saber como estão as contas do País.
O déficit geral do setor público é de 7% do produto interno bruto (PIB), “uma das maiores proporções do mundo”. Mas essa é a notícia “boa”. A “má” notícia é que a dívida pública – verdadeira bola de neve, que só faz aumentar – já é de 78,4% pelas contas do governo e se aproxima de 90% pela metodologia do Fundo Monetário Internacional (FMI), número escandaloso para os padrões de um país emergente como o Brasil. Na média, a dívida dos emergentes é inferior a 50% do PIB, e com juros módicos.

    Em nosso caso, além do montante da dívida – que é de R$ 5,4 trilhões –, os juros sobre ela incidentes são altos e tendem a aumentar com os solavancos políticos, constituindo um ralo gigantesco por onde se esvaem centenas de bilhões, drama este alimentado pelo rombo previdenciário, que este ano deverá ultrapassar os R$ 300 bilhões. “Enquanto a economia derrapa e a arrecadação fraqueja, o governo central arranja-se como pode, com R$ 30 bilhões de gastos congelados e cortes nas chamadas despesas discricionárias”, dando a medida do aperto orçamentário, espécie de corte “na carne”, que, a julgar pelas últimas medidas do Executivo, apenas começou e tem tudo para ser aprofundado.

    Ou o Parlamento toma juízo, assume suas responsabilidades para com a Nação e cumpre o seu dever, abdicando do costumeiro “toma lá dá cá”, ou o País afunda no atoleiro da dívida, com consequências imprevisíveis. Simples assim.

(*) Silvio Natal – E-mail: silvionatal49@gmail.com

2 comentários:

  1. E o Congresso brincando de gato e cachorro. Tem gente preocupado com a eleição de 2022. É tempo do presidente impor sua força de governante já que na moleza não vai.

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  2. No início da década 80, o então Presidente da República, General Figueiredo, desabafou:
    -- O Brasil não merece os políticos que têm...
    Imagine se o General-presidente tivesse vivido o suficiente npara ver o que foi a esculhambação dos governos do PT...

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