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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 27 de julho de 2019

DEMOLIÇÕES E SUPERFATURAMENTOS - Por Wilton Bezerra.

As imagens do Romeirão sendo demolido não fazem bem às já cansadas retinas desse comentarista.

Em primeiro lugar, porque acompanhamos a construção desse estádio, desde a primeira pedra colocada para o seu erguimento, em 1970.

Os desportistas clamaram por uma praça de esportes à altura de Juazeiro do Norte e Dr. Mauro Sampaio atendeu.

Para nós cronistas esportivos e a massa torcedora, o “Gigante do Pirajá” passou a ser uma espécie de visão do paraíso, da mesma forma que uma biblioteca tem o mesmo significado para um intelectual.

Em segundo lugar, porque as fotos que mostram o estádio sendo colocado ao chão nos fazem lembrar uma fase de desgraças para o país. Aquelas que culminaram com a maior das derrotas da história do futebol brasileiro.

Sob a “égide” do PT, a Copa de 2014 tornou-se uma oportunidade para fazer proselitismo político- megalômano e desonesto com a construção de “gaiolas de ouro” em vários estados do país.
O governo, junto com os seus asseclas da área esportiva, foi tomado por uma absurda compulsão por demolições e superfaturamentos como mostraram as prisões, posteriormente.
Até o Maracanã foi vítima de um assassinato e tornou-se um antilugar, mais parecido com um ginásio.
O estádio Pantanal, em Cuiabá, e a Arena da Amazônia, são exemplos deletérios de um esquema para roubar e se perpetuar no poder.
A maioria dos estádios virou um estorvo, por cara manutenção, e a montanha, mesmo sentindo as dores do parto, só pariu camundongos.
Uma coisa, a reconstrução do Romeirão, e o triste capitulo da roubalheira na construção de elefantes brancos narrado pelo cronista, outra coisa, não têm nada a ver.

Mas, vamos lá.
Não seria melhor idéia revitalizar o “Romeirão”, com fechamentos dos espaços nas arquibancadas, mudança de iluminação, construção de novas instalações sanitárias a e substituição do gramado?
Ah, mas o estádio será também um shopping. Ora, shopping tem em tudo que é lugar.
Não quero nem falar na situação de penúria dos clubes de Juazeiro, atolados na segunda divisão.
Gaiola de ouro não cria passarinhos.

Um comentário:

  1. Em 1970, foi inaugurado o Estádio Municipal Mauro Sampaio, o Romeirão na simpática cidade de Juazeiro do Norte. O Jogo inaugural teve a presença do Cruzeiro de Belo Horizonte que naquela época possuía uma das melhores equipes do Brasil com craques do porte de Raul, Procópio, Piaza, Natal, Dirceu Lopes e Tostão. Embora estivesse desfalcada de vários deles. O primeiro gol do estádio foi marcado pelo atacante do Cruzeiro Evaldo. Os desportistas da região acorreram ao estádio para ver uma das melhores equipes do futebol brasileiro a época.

    Onde entra Neguin de João Lopes nesta historia? Neguin era desmanteladinho a ponto de já está a perder a confiança da própria mãe. Para justificar sua presença no evento Neguin arquitetor um plano para convencer a mãe a matar umas galinhas, torrar e fazer uma farofa para ele vender no estádio. Saiu de Várzea-Alegre na fubica de Barroso com dois caldeirões de farofa e prometendo a mãe que ela ainda ia sentir muito orgulho dele, que ainda ia ouvir o nome dele nas rádios.

    Passado o horário do jogo, a mãe de Neguin foi para casa da vizinha, pediu para ligar o radio e ficou ouvindo o noticiário: O coração quase explode quando o locutor disse: Atenção senhores e senhoras ouvintes da Radio Iracema. Hoje, foi inaugurado o Estádio Municipal Mauro Sampaio, o Romeirão, na cidade de Juazeiro do Norte. Compareceram ao local o Governador do estado, Secretários de Estado, o Prefeito Municipal e demais autoridades,

    O Padre Murilo benzeu as instalações. Tudo transcorreu na maior paz e tranquilidade, não fosse o desocupado, Augusto Lopes, conhecido pela alcunha de Neguin de João Lopes que foi preso por desordem e embriagues.

    Promessa feita, promessa cumprida: o nome do Neguin saiu na rádio. Augusto, o Neguin contava essa proeza, e, dizia rindo que a única coisa que ele achou ruim foi porque perdeu os caldeirões que não pertenciam a senhora sua mãe: eram emprestado por uma vizinha.

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