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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Sinceridade inocente - Postagem do Antônio Morais.


Aproveitando a ausência dos patrões, Dircinéia pega o telefone e fofoca com a amiga Bernadete: Oi Bete, hoje de manhã eu fui à feira. Antes de sair, meu patrão me pediu para eu trazer figo.

Aí eu perguntei: Figo fruta ou bife de figo? O home ficou uma fera.

Gente fina, seu Adamastor, num ligo não. Ele tem sistema nervoso. Também, com um emprego chato daqueles, vou te contar. Ele é Fiscal da Receita. Deve ser um saco ficar conferindo receita de médico o dia inteiro.

Depois chegou o Adamastorzinho, o filho mais novo deles. Acabou de ganhar um carro todo equipado. Tem roda de maionese, farol de pilha, teto ensolarado e trio elétrico. Não sei por que trio elétrico num carro deve ser porque ele gosta de música baiana.

Cê num sabe da úrtima? Eu discubri que aqui nessa mansão que eu trabaio é tudo fachada! Como assim, Dircinéia? - pergunta a colega, confusa. Nada aqui é dos patrão! Tudo é imprestado!

TUDO! Cê cridita numa coisa dessas? Óia só: a rôpa que o patrão usa é dum tal de Armani, a gravata é dum tal de Perre Cardine, os moveis são do tal Luis Quinzi, o carro é de uma tal de Mercedes, nadica de nada é deles.

Nooooossa, que pobreza!

E além de pobre, eles são muito inzibido, magina que ôtro dia eu escutei o "patrão no telefone falano que tinha um Picasso".

E num tem? Que nada, fia, é piquinininho de dá dó!

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