Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Como vive o herdeiro do Trono Brasileiro

Fonte: Folha on line

O Chefe da Casa Imperial Brasileira e herdeiro dinástico, dom Luiz diz que vive "sem luxo nem esplendor". Ele nasceu na França, estudou química, mas nunca exerceu a profissão. Mora com um de seus irmãos, dom Bertrand de Orleans e Bragança, em uma casa alugada em Higienópolis, bairro nobre da capital paulista. Apesar de bem localizado e grande, o imóvel é um sobrado simples e que requer reparos na pintura e no jardim. A decoração da casa também é simples e não tem nenhum móvel da época da monarquia. Apenas as fotografias ou pinturas de seus pais, avós e bisavós, em especial da princesa Isabel, indicam que naquele lugar vive um nobre.

Apoiado em uma bengala e vestido com um terno cinza com risca de giz, dom Luiz recebeu a reportagem na sala de visitas da Casa Imperial do Brasil onde um grande brasão da coroa portuguesa contrasta com uma imagem de nossa senhora de Fátima. Católico praticante, o príncipe disse que divide seu tempo entre orações e o trabalho como representante da família imperial brasileira. Afirmou que não recebe nenhum recurso do governo brasileiro e vive de doações de monarquistas em melhores condições financeiras.

Durante a entrevista, de quase duas horas, dom Luiz se empolgou ao falar sobre a crise na política nacional e riu ao comentar a questão dos cartões de crédito corporativo do governo federal.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista com dom Luiz de Orleans e Bragança.

Folha Online - Como é viver hoje como herdeiro dinástico 200 anos após a chegada da família real ao Brasil?
Dom Luiz de Orleans e Bragança - Vivemos sem luxo nem esplendor. Vivemos com os recursos que nós temos, que não são muito grandes. Alguns [dos herdeiros] têm empregos, outros vivem --como meu irmão d. Bertrand e eu-- de auxílio de monarquistas que nos ajudam a tocar a vida mas sem nenhum luxo --como você pode ver essa casa não é um palacete, é uma casa média. Vivemos procurando tanto quanto possível lutar pelos interesses do Brasil, no campo ideológico e civil.

Folha Online - Então o senhor não recebe o laudêmio --taxa de 2,5% cobrada sobre qualquer transação imobiliária no centro histórico de Petrópolis que vai para a família imperial?
Dom Luiz - Não, não recebo nada. Houve uma divisão nos anos 40 e o ramo da família de Petrópolis ficou com o laudêmio. E o ramo dinástico --o que herda a Coroa se for restaurada a monarquia-- não ficou com nada.

Folha Online - O senhor acredita que a monarquia possa mesmo voltar ao Brasil?
Dom Luiz - Eu acho que sim e vou lhe dar um exemplo. Houve um plebiscito em 1993 [para que os brasileiros opinassem sobre a volta da monarquia] e nós tivemos 13% dos votos válidos. Entretanto, isso foi realizado em condições muito pouco propícias, porque quando foi proclamada a república o governo provisório disse que convocaria um plebiscito para ver se o povo brasileiro queria continuar com a monarquia ou aceitar a república. E ele esperou 99 anos para realizar isso. E não só isso: estabeleceu nas sucessivas constituições uma cláusula pétrea que rezava que não se podia pôr em causa a forma republicana de governo. Ora, depois de 99 anos começar tendo mais de 10% dos votos válidos é um colosso para qualquer corrente de opinião. É preciso dizer que quando houve a Constituinte de 1997/1998 eu escrevi para os deputados e senadores uma carta mostrando como essa cláusula pétrea era antidemocrática e contrariava os princípios que aqueles parlamentares diziam defender. Eles foram sensíveis a esses argumentos e aboliram a cláusula pétrea. Convocaram o plebiscito, mas não foi feito em igualdade de condições. Primeiro pela falta de tempo para organizar os monarquistas. O Brasil é imenso e meus irmãos e eu percorremos esse país de norte a sul e de leste a oeste. Em segundo lugar, o tempo de preparação [do plebiscito] foi encurtado em vários meses: de 7 setembro para 21 de abril. Em terceiro lugar, os meios de comunicação praticamente só se falava de duas das três opções. Havia três opções: República parlamentar, República presidencialista e Monarquia parlamentar. E só se falava praticamente em República parlamentar e República presidencialista. A forma monárquica de governo foi posta de lado. Não só isso, estava previsto no decreto de convocação do plebiscito que cada corrente tivesse um espaço gratuito [de propaganda] na televisão. Entretanto, meus irmãos e eu não pudemos aproveitar desse espaço.

(Postado por Armando Lopes Rafael)

5 comentários:

  1. O mais importante é que alem de não possuírem muitos recursos não usam recursos jurídicos para se livrarem de crimes cometidos como os governos republicanos. A decência, honradez e caráter dos monarcas nascem do berço.

    ResponderExcluir
  2. Um bom exemplo, este que é dado pelos membros da Família Imperial Brasileira, os Orleans e Bragança! Os príncipes repassaram para seus filhos a formação a formação católica, educando-os numa formação totalmente voltada para o bem do Brasil. Ou seja, uma formação de amor a Deus, ao próximo e ao país. Estes sim, estão a serviço à Pátria.

    ResponderExcluir
  3. Com relação ao sonho da restauração monárquica no Brasil, tanto Dom Luiz, como Dom Bertrand, Dom Antônio e o jovem Dom Rafael vivem fazendo palestras e divulgando os ideais monarquistas em escolas, universidades, encontros monárquicos, visitas a cidades brasileiras, onde são cada vez mais bem recebidos, principalmente pelos jovens.

    ResponderExcluir
  4. Sabem eles que, nos últimos 130 anos, o Brasil esteve quase no fundo do poço. A república dá impressão que chegou ao limite, quando presidiários continuam manipulando a boa-fé das pessoas desinformadas. Quem sabe, voltando à Monarquia, voltaremos a ter harmonia, honestidade na classe política, espírito público, civismo, educação e seriedade...A Monarquia é a última taboa de salvação para o Brasil.

    ResponderExcluir
  5. Votei pela Monarquia no plebiscito. Eu creio que,na época, um dos que mais lutaram contra a Monarquia e pela tragédia que hoje se encontra o Brasil, foi Orestes Quércia, então político do PMDB, um dos mais notórios corruptos do Brasil. D. Pedro II, um homem honesto, culto, patriota, sofreu um golpe e traição. Não contentes com a atitude criminosa, os traidores ainda lhe impuseram uma humilhação, praticamente expulsando-o de sua Pátria com a família, sem quaisquer recursos financeiros. Foram embora com a roupa do corpo. Aqui ficaram os corruptos que por todo esse tempo estão sangrando o país.

    ResponderExcluir