Com 72 anos, ele saiu de Desterro de Melo, no interior de Minas Gerais, com 128 botões de rosas na bagagem, um para cada ano de liberdade. João Paulino é descendente de escravos.
O avô veio da África para Minas Gerais e morreu com 110 anos. Para o lavrador, o ato é de gratidão pela libertação dos escravos.
"Ela teve o prazer de lutar por essa raça, por esse povo, de fazer a união de cada pessoa. Sempre que eu tiver a oportunidade de vir e for recebido como tenho sido, pra mim é uma grande honra", disse o lavrador.
Desde 2012, o destino final de João é a Catedral São Pedro de Alcântara, onde fica o túmulo da Princesa Isabel. Nesta sexta, 13 - o peregrino assistiu a missa e pediu para que o padre abençoasse as rosas. Em seguida, os buquês foram colocados sobre o mausoléu.
Muitos se emocionaram ao presenciar o ato.
"Muito interessante. É uma forma de agradecer a liberdade que os negros tiveram. Uma coisa que as pessoas têm que ter consciência", disse Rita Correa, secretária.
Carina Rocha, conta que acompanha essa trajetória de João com a mala e suas rosas.
"Uns quatro anos que ele vem aqui. Ele vai lá na Catedral e vem aqui tomar um café e conversar. Eu acho muito interessante porque é uma forma de agradecer, né", afirmou a comerciante Carina Rocha.
Lei Áurea
A escravidão foi abolida no Brasil pela Princesa Isabel no dia 13 de maio de 1988. O processo de abolição foi gradual e começou com a Lei Eusébio de Queirós de 1850, seguida pela Lei do Ventre Livre de 1871, a Lei dos Sexagenários de 1885 e finalizada pela Lei Áurea em 1888.
O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir completamente a escravatura.
Reconhecimento, agradecimento e gratidão ainda existem.
ResponderExcluirOs descendentes dos escravos negros, principalmente os da cidade do Rio de Janeiro, ainda hoje veneram a memória da Princesa Isabel. Em 13 de março de 1888, as ruas da então Capital do Brasil (a cidade do Rio De Janeiro) tinham o povo em festa, na exaltação da comemoração da “Lei Áurea” assinada pela Regente do Trono, a Princesa Isabel Cristina. A luta se estendera por setenta dos 300 anos de sofrimento e opróbrio da raça negra. Mas a Princesa Isabel venceu a maré dos que defendiam a escravidão e libertou a raça negra. A luta chegou ao fim com a libertação de 723.419 ainda escravos naquele fim de século.
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