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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

EUROPA, AMERICA DO SUL E O ABISMO NO FUTEBOL - Por Wilton Bezerra.

Num dos seus apreciados aforimos, Joham Cruyff, os dos maiores jogadores do mundo, projetista ao lado de Rinus Michels do magnífico estilo de jogo do Barcelona, afirmou que nunca viu saco de dinheiro jogar.
Sua afirmativa, em parte, tem razão e pode ser ancorada no que se assistiu no Flamengo X Liverpool.
O time inglês custa cinco vezes mais do que o brasileiro, entanto, as sobras que apresentou no jogo não mostraram diferenças alarmantes.
Claro, estamos falando de apenas um jogo e um resultado, insuficientes para avaliações de maior profundidade, embora reconheçamos o tamanho do abismo entre o futebol europeu e sulamericano.
E aí onde entra a história do saco de dinheiro, como alavanca para uma posição mil vezes vantajosa do futebol europeu.

É bom que se diga o seguinte: o esporte mais popular do mundo nunca foi tão rico como hoje na Europa, e demandou tempo e extraordinárias mudanças para alcançar o atual patamar.
Basta dizer que o Flamengo, campeão do mundo de 1981, seria impossível nos dias de hoje.
Júnior, Andrade, Adilio, Zico, Tita, Nunes e, quase o time inteiro, estariam jogando nas grandes equipes do velho continente.
Ainda foi possível a São Paulo, Internacional e Corinthians levantar a taça em anos seguintes, mas logo depois os times europeus iniciaram uma escalada impressionante de poder através de suas milionárias competições.
Clubes se transformaram em indústrias de entretenimento e corporações financeiras impressionantes,  e compraram o espetáculo-futebol do mundo.
Nas disputas de mundiais diante de Barcelona e Real Madrid, Santos, River Plate e Flamengo foram derrotados e humilhados.
O futebol sulamericano, impossibilitado de vender o espetáculo, passou a negociar os seus principais artistas, definhou e passou a ser desinteressante no resto do planeta.
Não passa de um fornecedor de pé de obra.
O Liverpool é uma seleção multiracial formada por jogadores de vários países, incluindo  o Brasil, e dirigida por um treinador alemão.
Em entrevista logo após a derrota para o Liverpool, o presidente do Flamengo Rodolfo Landim declarou; “Flamengo terá que participar da elite européia de algum jeito”.
Concordamos plenamente, desde que esse “algum jeito” inclua uma revolução no futebol do Brasil.
A estruturação empresarial e jurídica que permita investimentos aliada à formação de uma liga de clubes, seria um bom começo.
Se não for assim, nunca chegará nem perto.
Não acham  ?

Um comentário:

  1. Vi o jogo pela TV. Pelo contar vantagens e o cagar goma dos ingleses acho que o Flamengo foi muito bem. Pelo fato dos ingleses não serem esses balaios todo. Se fosse aquele Barcelona que goleou o Santos anos atras talvez tivesse acontecido o mesmo desastre com o Flamengo. Melhor assim como foi. A Globo vai continuar se enganando e enganando o torcedor.

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