Essa espiral financeira em torno de Ceará e Fortaleza, antes de trazer o êxtase da realização, nos leva a uma necessária reflexão.
Se no plano nacional os times cearenses já gozavam de boa posição - mudança de paradigma em matéria de cuidados financeiros – agora, inauguramos um novo tempo em se tratando de investimentos.
Sem ter dado, ainda, um significativo salto em matéria de revelar jogadores nas divisões de base, alvinegros e tricolores evoluíram no campo dos negócios, com investimentos nunca antes vistos na província.
Numa mudança de estratégia, Fortaleza e Ceará já não se satisfazem com jogadores que aqui aportam para cumprir apenas um período de empréstimo.
Ou passam a pertencer aos clubes, total ou parcialmente, ou não tem negócio.
Está evidente, como em qualquer projeto de investimento, que existe a possibilidade de erros. Aliás, vários já ocorreram recentemente.
Na retroalimentação da rivalidade, Ceará e Fortaleza levantam suas torcidas para um embate no campo dos investimentos, para se saber quem chega em primeiro lugar nesta refrega.
Fato é que, somados os dois elencos, atinge-se um valor superior a cem milhões de reais, estágio financeiro nunca imaginado.
Colocando a alça de mira em direção ao Nordeste, conclui-se ser possível buscar uma condição hegemônica na região, levando-se em conta a tradicional comparação com Pernambuco e Bahia.
A reflexão proposta no inicio dessa crônica diz respeito ao seguinte: teremos uma sequência dessa gestão que aí está? Será aproveitada a oportunidade para nacionalizar o produto futebol do Estado ou jogaremos a caçada fora? E se tudo não passar de um “canto dos cisnes”?
O certo é que o espaço conquistado por Fortaleza e Ceará, juntos, será cobiçado por quem perdeu terreno. Não seremos olhados apenas como adversários que “complicam”, sem passar disso.
De certo modo, o fato é positivo. Ninguém será forte e grande o suficiente, sem ter quem morda nos seus calcanhares.
Não há a menor duvida que a fase é auspiciosa. Especialmente no financeiro. Mas levando-se em conta que a entrada de recursos é grande e não conhecemos o tamanho da saída não se tem ideia do resultado final. Não podemos negar que as equipes são compostas por atletas vindo de outras regiões, poucos são revelados pelos clubes, e, assim tem um custo muito grande.
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