O político Osmar Terra foi prefeito de Santa Rosa, deputado federal e ministro de Estado. O médico Osmar Terra foi secretário de Saúde do Rio Grande do Sul durante oito anos e coordenador do combate à epidemia de H1N1 em território gaúcho. Somadas, as duas faces de Osmar Terra compõem um doutor em qualquer tipo de epidemia.
Com a expressão serena de quem sabe o que diz, Osmar Terra afirma que a opção pela quarentena horizontal — todo mundo em casa — serve apenas para reduzir a velocidade do contágio. E impedir que multidões de infectados recorram ao mesmo tempo a um sistema de saúde cuja indigência é escancarada pela escassez de leitos de UTI.
"O isolamento radical não vai evitar que a Covid-19 complete a trajetória de toda epidemia desse tipo", avisa o deputado. "A curva se tornará descendente a partir da terceira semana de abril". Os partidários da desertificação das cidades já têm na ponta da língua a resposta para a pergunta inevitável: deu certo?
Se o número de mortes ficar abaixo do previsto, governadores e prefeitos vão caprichar na pose de salvadores da humanidade. Se ficar acima, todos culparão os que não obedeceram às recomendações dos governantes. E os brasileiros comuns? Esses voltarão ao trabalho, tentando entender se valeu a pena começar o ano dois meses depois do Carnaval.
O mundo está lutando contra uma doença desconhecida. Não se sabe a origem, a causa, não se conhece nada. O Brasil é o pais que tem menor condição de enfrentar a pandemia. Essa é a grande verdade.
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