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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 9 de agosto de 2022

Maria Firmina dos Reis, a primeira escritora abolicionista - Postagem do Antônio Morais.


A maranhense Maria Firmina (1825-1917) era negra e livre, "filha bastarda", mas formou-se professora primária e publicou, em 1859, o que é considerado por alguns historiadores o primeiro romance abolicionista do Brasil, Úrsula. O livro conta a história de um triângulo amoroso, mas três dos principais personagens são negros que questionam o sistema escravocrata.

A escritora assinava o livro apenas como "Uma maranhense", um expediente comum entre mulheres da época que se aventuravam no mercado editorial, e só agora começa a ser descoberto pelas universidades, segundo a professora de literatura brasileira da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Constância Lima Duarte.

Romance de Maria Firmina dos Reis é considerado o primeiro a trazer o ponto de vista de personagens negros no Brasil escravocrata.

Maria Firmina também publicava contos, poemas e artigos sobre a escravidão em revistas de denúncia no Maranhão.

De acordo com o Dicionário de Mulheres do Brasil: de 1500 Até a Atualidade (Ed. Zahar), ela criou, aos 55 anos de idade, uma escola gratuita e mista para crianças pobres, na qual lecionava. Maria Firmina morreu aos 92 anos, na casa de uma amiga que havia sido escrava.

2 comentários:

  1. Há quase dois séculos, em 1825, nascia em São Luís, no Maranhão, Maria Firmina dos Reis. Ela entrou para a história da literatura brasileira por ser a primeira romancista do país. Ela começou a carreira como professora e levou anos para conseguir publicar seu primeiro e mais importante livro, Úrsula.

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  2. Morais:

    Eu nunca tinha ouvido falar em Maria Firmina dos Reis. Daí porque reafirmo que essas suas postagens – sobre os abolicionistas – são muito importantes. Agora fiquei sabendo que Maria Firmina é considerada A PRIMEIRA ROMANCISTA NEGRA BRASILEIRA.

    Fui complementar as suas informações na revista “Galileu” –número de outubro de 2019 – que publicou:

    “Maria Firmina dos Reis começou a carreira como professora e levou anos para conseguir publicar seu primeiro e mais importante livro, “Úrsula”. Isso porque, além de ser mulher, Maria Firmina dos Reis era negra, e a escravidão ainda imperava no Brasil”.
    “Isso era inédito até então, já que a maior parte dos escritores reconhecidos eram brancos ou narravam a vida da parcela mais rica e escravocrata da população. Quando Maria Firmina dos Reis apresentou os escravos como figuras humanizadas, sua obra apresentou uma ruptura importante”.
    “O trabalho da escritora ficou esquecido até meados dos anos 1960, quando um historiador encontrou um de seus livros em um sebo e o trouxe à luz novamente. Ainda assim, até hoje a fisionomia de Maria Firmina dos Reis é um mistério: todas as imagens que se tem dela são apenas especulações”.

    Parabéns pela iniciativa de resgatar a vida dos abolicionistas brasileiros.

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