Em um encontro de dois saudosos poetas caririenses, Hélder França e Enéas Duarte, o primeiro deplorou a precária vestimenta do segundo:
Responde-me,
Oh! Pobre vate,
Qual foi o mal alfaiate
Que te aleijou de uma vez
Enéas não tardou a responder:
Foi o alfaiate da miséria
Que pobreza
É coisa séria
Foi a miséria quem fez.
Acontece que a pobreza que gera a fome não tem nada de poética.
Quando iremos nos preocupar com a pobreza no País?
O que falta para encarar esse problema com a urgência que ele merece?
Quem tem maiores responsabilidades sobre essa questão já experimentou passar um dia de fome?
E ver os seus dependentes vítimas dessa pena de morte por inanição?
Como em outros desafios, não há uma preocupação real com isso.
O objetivo parece ser mesmo naturalizar essa impiedade de séculos.
Destino do poeta - Enéas Duarte.
ResponderExcluirConduzir tanto amor, tanta amizade,
Na pequenez sutil do coração:
Desprezar o clarim da realidade
Pela sonora flauta da ilusão.
Vagar pelo silêncio em direção
À desventura, às magoas, à saudade,
Menoscabando o fausto e a sedução,
Vivendo quase sempre na humildade.
Respondendo as injúrias com o desdém,
Sem maltratar e sem pungir ninguém,
Caminhando altivo em linha reta.
Lançando rosas pelo caminho
E recebendo em troca acerbo e espinho,
Eis o destino de qualquer poeta.
Prezado amigo Wilton Bezerra. Eu considero esse soneto do Enéas no primeiro comentário uma definição perfeita para o poeta.
ResponderExcluirQuanto ao tema da sua crônica eu entendo que enquanto o povo não se educar não terá solução. "Os pastores quando precisam de dinheiro pedem aos otários, quando esses precisão de dinheiro os pastores mandam pedir a Deus". E, o pior, o dinheiro da educação que poderia educar o povo, os pastores desviam. Assim fica fácil enganar. Um governante passar 16 anos no puder, falando que acabou a pobreza. E vem outro com um projeto de renda para um período de 5 meses. Um após a eleição. Só existem os sabidos porque existem os bestas.