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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

48 - Era do Império, Por Equipe Dom Pedro II do Brasil.

Em 1850, a morte prematura do Príncipe Pedro Afonso trouxe um golpe de realidade dura para seu pai, o Imperador D. Pedro II do Brasil. 

Para um homem do século XIX, ou melhor, um monarca do século XIX, era difícil crer numa sucessora mulher. A perda dos dois filhos varões em um curto espaço de tempo, segundo seus biógrafos, resignou Pedro II acerca da continuidade de seu império após sua morte. O fim era inevitável para ele, tanto para sua vida, tanto para o regime o qual encabeçava. Ele amava as filhas, isso é inegável. Isabel, na condição de herdeira, recebeu toda a instrução e educação possível para a época, afim de se preparar para uma sucessão que jamais viria. Uma soberana, apesar de constitucionalmente permitida, era considerada inaceitável tanto para Pedro quanto para aqueles no poder. A questão foi ignorada durante décadas enquanto o país progredia e o imperador mantinha boa saúde.

Em 1864 estoura a Guerra do Paraguai. O maior conflito armado abaixo da linha do Equador naqueles anos, atrás apenas da Guerra da Secessão estadunidense. Em seus 58 anos de reinado, seria o apogeu de sua popularidade e também, o início de seu fim.

A guerra se mostrou longa demais, cara demais e sangrenta demais. A obsessão de Pedro II em liquidar Solano Lopez mesmo depois de dizimado o exército paraguaio e capturada Assunção, legou para ele uma imagem desgastada. A briga que teve com o Duque de Caxias em 1869 deixou claro tudo isso. O saldo do conflito foram mais de 50 mil soldados brasileiros mortos e os custos da guerra foram equivalentes a onze vezes a receita anual do governo. Ainda, surge nesse momento, pela primeira vez em nossa história, a figura do exército como parte ativa da vida pública e o gosto dos militares pela política e pelo poder. Em 1871 surgiria o primeiro partido republicano do Império, bastante insignificante, mas uma semente preocupante quando germinada no seio de uma monarquia.

A partir do final de 1880, cartas entre Pedro e a Condessa de Barral, sua amiga e confidente, revelam um homem que se tornara cansado do mundo e cada vez mais com uma visão alienada e pessimista.

A saúde do Imperador começou a piorar a partir de 1881, D. Pedro contava com apenas 56 anos mas seu envelhecimento era nítido. Ele estava cansado, doente e enfadado e gradualmente começou a se afastar dos assuntos públicos. Mesmo cansado de estar preso a um trono que duvidava que sobrevivesse após sua morte, ele perseverou por responsabilidade e também porque não parecia existir alternativa imediata. Porém, tanto Pedro quanto Isabel eram amados pelo povo, que apoiava o regime. 

2 comentários:

  1. Eu tenho dividido as minhas postagens, meio a meio, para disseminar o que se lê da Monarquia e o que se vê dessa republiqueta ordinária e podre. Para que se conheça o real prejuízo que o Deodoro da Fonseca causou ao Brasil com seu ato louco e impensado.

    É muito fácil vê a real diferença. Basta lê e comparar.

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  2. Estou disseminando e farei porque tenho lido que os monarcas, príncipes e princesas doavam parte de seu dinheirinho para ações e obras benfazejas.

    Diferentemente dos governantes da republica que montam uma equipe de corruptos, milicianos criminosos para roubar e depositar o dinheiro surrupiado em suas contas bancárias e despesas pessoais. Vá comparando.

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