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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 5 de dezembro de 2020

Dezembro chegou – José Luís Lira (*)

 

   Anualmente preparo-me para receber o mês de dezembro, mês no qual a história da humanidade se dividiu em antes e depois do principal aniversariante: Jesus, Deus-Menino. Este ano o tempo foi passando... E acumulamos expectativas, perdas e ganhos. E, de repente, não mais que de repente, como dizia Vinícius de Moraes, o mês mais belo chegou. Ainda vemos lágrimas nos olhos, preces nos lábios, risos contidos, esperanças sempre renovadas. O mês do Natal chegou. Vivemos literalmente o tempo das esperas. É advento e aguardamos a chegada de Deus-Menino. Desde que me entendo por gente é o mês de dezembro mais emblemático. O medo povoa o mundo, mas, a certeza de que Deus não nos desampara nunca nos faz esperar... Esperar, como diz o Padre Zezinho, contra toda a esperança e eu ouso dizer contra toda desesperança. Esperamos sempre e Deus nos guiará!

     As ruas já estão mais iluminadas, as ceias de Natal este ano serão reservadas a famílias. O tempo não é fácil, mas, se tornará fácil, pois o Deus-Menino-Ternura nos conduzirá ao milagre tão esperado: o fim da pandemia. Certamente nos abraçaremos sem temor, sem receios e celebraremos, lembrando: Deus é maior, guiou seu povo à Terra Prometida e agora o conduz à cura física! Alguns não conseguiram chegar a esse dia e a tristeza deseja se tornar saudade. Poucos são os que não sentirão falta de alguém neste mês. Aquela ligação, aquele e-mail, aquela mensagem não tem mais endereço certo. Não podemos enviar nada além de orações e preces aos céus. Os olhos marejam, mas, a vida segue. Deus quer que sejamos felizes e seguiremos. Viveremos. Esperaremos. Sempre e por tudo daremos glórias a Deus.

      Toda essa vivência de meses nos ensinou. Nos ensina. É preciso que saíamos dessa “batalha” melhores do que quando começamos. Lembro-me da Semana Santa, tão diferente. A imagem do único verdadeiramente Chefe de Estado desse período, caminhando sozinho numa Praça que sempre reúne o mundo para encontrar o Crucificado e aos pés dele juntar suas lágrimas às águas da chuva fina que caía naquela Praça de São Pedro. Obrigado, Senhor, pelo testemunho do Santo Padre, o Papa Francisco. Lembrar-me-ei sempre daqueles que saíram às ruas para a caridade e aqui é preciso citar um santo homem que perambula pelas ruas da maior cidade deste País e que sempre me emociona por sua coragem e heroísmo: Padre Júlio Lancellotti. Que Deus o proteja sempre, Pe. Júlio e multiplique homens e mulheres com sua coragem, seu amor e zelo pelo próximo!

      E o próximo dia 8 é, mundialmente, a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora para celebrarmos a pureza daquela que trouxe Deus ao mundo. Não é exagero a afirmação. Foi de Maria Santíssima, Nossa Senhora, ou, simplesmente, a Mãe de todos, que nasceu Jesus. Deus que se humanizou na ternura de uma criança e ensinou-nos a amar o próximo como a nós mesmos! Salve!

      É este também, no Brasil, o dia da família e da Justiça. As celebrações se irmanam. Sendo eu devoto da Mãe de Deus, oriundo de uma família à qual tento me dedicar e ter escolhido a Justiça para nela viver, sou muito feliz com essas festividades. Festividades, sim. Com contratempos ou não, alegremo-nos. Respiremos o ar puro que Deus nos envia e a Ele confiemos o futuro, o Natal, o ano novo, o amanhã. Amém!

      (*) José Luís Lira é advogado e professor do curso de Direito da Universidade Vale do Acaraú–UVA, de Sobral (CE). Doutor em Direito e Mestre em Direito Constitucional pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (Argentina) e Pós-Doutor em Direito pela Universidade de Messina (Itália). É Jornalista profissional. Historiador e memorialista com mais de vinte livros publicados. Pertence a diversas entidades científicas e culturais brasileiras.

Um comentário:

  1. Se tens riquezas, não te glories delas, nem dos amigos, por serem poderosos; senão em Deus, que dá tudo e, além de tudo, deseja dar-se a si mesmo.

    Não te desvaneça com a robustez ou formosura de teu corpo, que com pequena enfermidade se quebranta e desfigura.

    Não te orgulhe de tua habilidade ou de teu talento, para que não desagrades a Deus, de quem é todo bem natural que tiveres.

    Tomás Kempis.

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