Certa feita, o papo de redação com uma jornalista descambou para o lado das crenças religiosas.
Mal tinha preparado o meu sistema tático para a conversa, fui chamado de blasfemo por não acreditar na existência de uma divindade na qual a menina fazia muita fé.
Disse ela, talvez já de olho na minha jugular: “Você é uma pessoa bastante inteligente e não devia dizer uma coisa dessa”.
Essa frase foi só o começo de uma peroração, digna dos pastores que pregam em praças públicas.
Tal qual o saudoso Luiz Rolim Filho, “Paxá” do extinto Clube Romeu Martins, ao responder sobre a escolha de um certo nome para presidir o Fortaleza: “calado estava, calado fiquei”.
Eu, blasfemo?
Não dá para aceitar essa pecha, simplesmente porque ninguém é obrigado a acreditar em divindades, seja de qual religião for.
Longe de nós querer abafar a crença das pessoas, embora nos aborreça a forma grosseira como ela é explorada com o fito de ganhar dinheiro.
O fervor religioso do companheiro Tom Barros, vez por outra, me faz refletir sobre esse ângulo religioso.
Aliás, foi ideia, acho que de Millor Fernandes, criar na Constituição uma lei que desse ao cidadão o direito à descrença.
Essa lembrança me ocorreu por saber que os fanáticos que metralharam anos atrás cartunistas franceses (acharam que os chargistas blasfemaram contra suas sagradas divindades) andaram fazendo umas “preliminares” de atentados recentemente.
No tempo da inquisição, gente de pouca ou nenhuma fé era condenada a virar churrasco numa fogueira.
Nos tempos atuais, o islamismo radical tornou o castigo moderno e mais rápido com o uso de metralhadoras de última geração.
Basta “blasfemar” contra suas crenças.
Descrer é um perigo, irmão.
O problema da religião, hoje em dia, é que muitos sobem no púlpito e pregam. Mas, não praticam o que falam quando do púlpito descem.
ResponderExcluir“Se um futuro papa ensinar algo contrário à fé católica, não o sigam”.
ResponderExcluirFrase atribuída ao papa Pio IX. Há controvérsias. Muita gente ligada a religião católica se apressa em desmentir.
Acho uma opinião sensata e sendo verdade ou não que o Papa falou eu sigo nessa linha. Não acredito nem sigo uma igreja adaptada a vontade e gosto da população.