A janela partidária termina na sexta-feira 1. Esse também é o prazo para que Sergio Moro decida migrar ou não para a União Brasil, após recorrentes frustrações no Podemos. Quase cinco meses depois de lançar sua pré-candidatura, o ex-juiz ampliou sua compreensão sobre o país e a prática política.
Foi traído na primeira hora por aqueles que deveriam apoiá-lo até o fim, enquanto estranhos lhe estenderam a mão.
Em conversas recentes, Moro demonstra resiliência e determinação em contribuir para o debate público não importa em qual cargo. Parece consciente de que a construção de um projeto nacional alternativo aos extremos populistas passa por uma complexa engenharia de acordos, para acomodar vaidades e interesses diversos.
Ninguém é sozinho, campanha presidencial não é um passeio e a força do sistema constrói narrativas poderosas, capazes de inverter a lógica mais fundamental. Transforma psicopatas em estadistas e pessoas razoáveis em corpos estranhos.
Como escrevi dias atrás, tem sido louvável a iniciativa de Luciano Bivar e sua turma de tentar construir uma candidatura única no campo democrático, ainda mais com a participação de Sergio Moro.
Ninguém é obrigado a gostar do ex-juiz. Mas Bivar, advogado com especialização em educação financeira, prefere se concentrar nos 15 milhões de eleitores que manifestam intenção de votar nele, contra tudo e todos. Sem ignorar os 3 milhões de eleitores de João Doria, o 1,5 milhão de Eduardo Leite e o 1 milhão de Simone Tebet — muito menos os 10 milhões de indecisos.
Eleição é saber fazer contas.
Sergio Moro se filiou a um partido que tem 8 deputados e a metade deles apoia outro candidato, o Bolsonaro. Os senadores estão esfarinhados, um já deixou o partido e apenas os três do Paraná continuam fiel.
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