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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 2 de junho de 2022

"PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA", UM PROBLEMA DE DIFÍCIL SOLUÇÃO - Por Antônio Gonçalo.

 

Em 18 de maio último, os noticiosos do  Brasil apresentaram manchetes, informando que um homem "em situação de rua" matara dois policiais da PRF, na BR 116 em Fortaleza-CE. O inuzitado é que o fato em si causou mais apreensão em função da condição econômico-social do autor dos crimes. 

O assassino dos militares foi identificado como Antonio Wagner Quirino, de 31 anos, um ex-pedreiro de Aratuba-CE. O suposto "mendigo", que vagava na via pública, após ser contido pelos profissionais federais, tomou a arma de um deles e efetuou os disparos mortais. Em seguida, foi batido por outro policial de folga que passava pelo local. 

Um outro caso do gênero chamou atenção em abril último, quando o atual "ex-mendigo", Givaldo Alves, foi surpreendido fazendo sexo com uma bela mulher de "classe", no interior do carro dela, em uma rua de Brasilia - DF. Segundo os jornais, o "garanhão" - que atualmente usa flat emprestado, iphone e anda a bordo de um porsche - na ocasião levou uma  boa peia do esposo da suposta "vítima", aquela que, depois, alegou estar em "surto psicótico". 

Não alheio ao dilema dos "moradores de rua", resolvi entrevistar um dos muitos que peregrinam no bairro em que moro, em Fortaleza-CE. Albert, que pediu para não ser identificado, contou-me todo seu drama que, em resumo, consta desagregação familiar, acesso precoce às drogras, falta de instrução escolar e de  perspectivas de inclusão social. 

Os exemplos acima, embora trágicos, representam um pequeno iceberg, diante da imensidão de fatores sociais da espécie que acometem nossa sociedade. O incrível é que o Brasil, como a maioria dos países que desenvolveram legislação específica para a profilaxia mental e conteção de pessoas em via pública, enfrentam contestações em termos de eficácia e legalidade dos atos práticos envolvidos na questão.

5 comentários:

  1. Essas pessoas não estão na rua porque gostam, porque querem ou por opção. Pobreza, miséria, falta de assistência a saúde, falta de politicas publicas que impeçam que se tornem pessoas desamparadas e do vicio que a rua lhe causa. Tem que cuidar antes , depois de está na rua não há mais solução.
    Isso não tem sido feito.

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  2. Lula e o PT passaram 16 anos com um discurso mentiroso, piedoso e chorão, ludibriando a população e afirmando que tinha resolvido o problema da pobreza no Brasil. O povo acreditou na lavagem cerebral. Quem passava fome se achava de barriga cheia, o endividado sentia-se rico, e a situação das pessoas de rua continuou a mesma. Nada foi feito para mudar.

    O povo tem esperança num novo governo de Lula e do PT. O grande problema do Brasil é a corrupção, o crime organizado que é tão organizado que o escritório é no STF.

    Eu mesmo não espero nada do Brasil se for entregue outra vez na mão desse picareta corrupto e seboso.


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  3. Realmente, as políticas públicas no Brasil têm propiciado pouco, ou nenhum avanço, no que diz respeito à inclusão dos miseráveis em um programa sustentável de captação deles para uma vida melhor.

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  4. O morador de rua que entrevistei comentou muitos fatos que, para registrá-los, o texo ficaria extenso e poderia expô-lo demais. Por coincidência, ele tem origens em Quixeramobim -CE, cidade onde trabalhei e morei por 10 anos.

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