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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 23 de setembro de 2022

98 anos de Manuel Batista Vieira, Vieirinha - Dr. José Flávio Pinheiro Vieira.

O velho Vieira hoje faria 98 anos. Viveu até os 80 tangido por uma exemplar sabedoria de vida. Botou no sótão a ambição. Cumpriu seus deveres profissionais e familiares com extremo zelo. 

Sua trejetória foi simples, humilde e marcante. Como professor fez-se uma alma doce e afável, admirado por todos seus discípulos. Ensinou a Língua Portuguesa com dedicação e didática. Formou muitas gerações de professores. 

Como pai, formou os três filhos e fez-se um prodígios animador de netos  Extremamente bem humorado , plainou nas ondas da existência com a prancha da leveza. Soube dosar bem a balança de virtudes/defeitos. 

No crepúsculo da vida foi morar num sítio simples, isolado que, no início, nem energia e telefone possuía. Voltou a ser o ente telúrico de sua infância. Nascera no vestíbulo da primavera, ele que adorava , como bom cearense, a quadra invernosa. 

Trovão, relâmpago e enxurrada, para ele era Bom Tempo. Deixou uma imensa saudade quando partiu em 2005. 

À medida que o tempo vai ruindo tudo ao nosso redor, percebemos que as únicas coisas que permanecem ainda perenes são as marcas que conseguimos imprimir no coração das pessoas.

Dr. José Flavio Pinheiro Vieira.

Um comentário:

  1. Minha eterna gratidão.
    Manuel Batista Vieira, professor Vieirinha.

    No dia 25 de Fevereiro de 1969, sair de minha cidade Várzea-Alegre para o Crato no ônibus de Seu Totô.

    Trazia no bolso da camisa uma carta do meu pai para Vieirinha, era assim que ele chamava na intimidade conterrâneo. Solicitando a minha matricula no Colégio Estadual Wilson Gonçalves do qual Vieira era diretor.

    Encontrei o Vieira na Livraria Católica sentado em cima do balcão conversando com José do Vale enquanto José Vieira, seu irmão recebia e conferia uns livros.

    Entreguei a carta, ele retirou do envelope, leu, colocou novamente e escreveu no verso do envelope : Faça-se! Mandou-me procurar Zuleide na secretaria do colégio.

    Iniciava-se ali uma grande amizade. Como aluno e depois como amigo sempre o vi com os olhos de um filho e, acho que havia uma grande reciprocidade, ele me via com os olhos de um pai.

    A minha amizade com o Velho Vieira passou para os filhos José Flávio, Vicente e Luciano.

    Do Vieira eu guardo as melhores lembranças, muita gratidão, reconhecimento e saudade.

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