Tem dias que é assim.
Na minha cabeça, bombardeada de informações, acentua-se o estranhamento. A mente ferve e o corpo padece. Parece até letra de música.
Se fica difícil a escolha de assunto, imagine o seu encadeamento. As frases são capturadas no ar, para formarem algum sentido.
O passado teima em não passar e o futuro não chega. Ou é a gente que não enxerga?
Visões de mundo, linguagens, ações e valores diferentes, convivendo sob o mesmo teto.
Os jovens se dividem em tribos, falando dialetos diferentes. Daqui a pouco, usaremos o silêncio como forma de comunicação.
Os moços duvidam que o novo tenha sido trazido pela mão do velho. Acham até que as únicas escolhas são as suas.
Há uma certa aflição e as pesquisas derrapam feio (se é que consegui dizer alguma coisa com essa frase).
Entre a inteligência e a intransigência, a gente vai levando a vida.
Prognóstico bom e certeiro é aquele feito depois que as coisas acontecem (essa frase pode, também, cair no vazio).
Somos convencidos de que é preciso deixar tudo por menos.
Sim. A palavra denegrir pode parar de ser usada. Tem racismo impregnado nela.
Não podemos ser reduzidos apenas por uma declaração política. Mas, é bom entender que somos aquilo que defendemos. É por aí.
No mais, urgente se torna encerrar essa crônica (sem pé nem cabeça), enquanto é tempo.
Depois, vocês me dizem.
Nunca vi uma crônica titulada como "sem pé nem cabeça" ter tanta razoabilidade. O importante de tudo isso é mostrar que quando a gente escreve não é para convencer ou mudar a opinião de ninguém. É apenas para quem ler e pensar igual saber que não está no mundo sozinho. Parabéns amigo.
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