Às vezes mergulho temeroso nas águas turvas do presente, no mundo triste, conturbado e violento e chego até o fundo, nas águas cristalinas do passado e passo a lembrar detalhes da minha infância vivida no sertão, onde tudo eram flores coloridas de diversas matizes.
Lembro-me da casa velha. Na sua lateral, existiam três pés de azeitonas, que davam frutos pequenos e roxos, atração dos galos de campina, sanhaços e sabiás que faziam a festa, quebrando com sonoros e encantos gorgeios, a monotonia de uma tarde ensolarada no sertão.
Na eira se acumulavam cascas de laranja da terra a secarem ao sol sendo preparadas, cuidadosamente, para serem transformadas, mais tarde, em medicamentos caseiros ou em farmácias homeopática.
Da goma e da mandioca que, também, ficavam exposto ao sol, sendo que a mandioca, depois de seca, tinha utilidade e servia de ração para gado e porcos.
Recordo-me do tanque, atrás da casa velha que tinha sua serventia, inclusive, era útil até como piscina para nossos banhos num dia de muita chuva e calor, bem como, do tanque que ficava ao lado dos pés de siriguélas e só era cheio uma vez por semana, com as aguas do açude trazidas pelas lavadas.
Era ali a morada dos sapos e rãs que, após as noites agitadas do inverno, coaxavam interminavelmente, perturbando, muitas vezes, a serenidade da noite clara, iluminada pela lua cheia.
Francisco Pedro de Oliveira.
O saudosista se alimenta de lembranças. Rebusca o passado e revive tudo novamente como se fosse a primeira vez. Eu sou saudosista e isso não me causa nenhum prejuízo.
ResponderExcluirChico Pedro Cratense Autêntico, sempre enaltecendo sua terra Natal, grande Amigo.
ResponderExcluirFernando Callou. Crato, 22 de jJaneiro 2023.
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