Madele Maria Barros de Oliveira Freire, pedagoga do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, campus Picuí. e-mail: madele.freire@ifpb.edu.br
José Lucínio de Oliveira Freire, professor do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia – IFPB, campus Picuí. e-mail:lucinio@folha.com.br
Luíza Gabriela Barros de Oliveira Freire, graduanda do Curso de Direito da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, Campina Grande, PB. e-mail: luizagabrielab@live.com
Um professor, por 42 anos ininterruptos, exercendo o seu ofício em escolas do semiárido, tende a deixar um sólido legado a várias gerações. Esse trabalho contextualizou a prática docente de José do Vale Arraes Feitosa e os momentos históricos à época, bem como sua importância para a Educação do Cariri cearense.
A análise das informações permitiu concluir que, na sua prática docente, o professor mesclou a Linha Pedagógica Tradicional, de Herbart, com a Pedagogia Nova, de Dewey, e a Pedagogia Libertadora, de Paulo Freire.
A história da educação no Brasil é pródiga em avanços e retrocessos. No período político entre o início do Estado Novo (1937) e a denominada Nova República (1989) ocorreram muitas reformas educacionais e o desenvolvimento de várias correntes pedagógicas.
Na Constituição brasileira de 1937, a política educacional se caracterizava pela centralização autoritária e pela preocupação em equacionar as questões da relação trabalho-escola.
Para Vieira (2007), é clara a concepção da educação pública como aquela destinada aos que não podiam arcar com os custos do ensino privado.
O velho preconceito contra o ensino público, presente desde as origens de nossa história, permaneceu arraigado no pensamento do legislador estado-novista.
Sendo o ensino vocacional e profissional a prioridade, nesse período é flagrante a omissão com relação às demais modalidades de ensino. A concepção da política educacional no Estado Novo estava inteiramente orientada para o ensino profissional, para onde seriam dirigidas as reformas encaminhadas por Gustavo Capanema.
De acordo com Bello (2001), no estado-novista o ensino ficou composto por cinco anos de curso primário, quatro de curso ginasial e três de colegial, na modalidade clássico ou científico. O ensino colegial perdeu o seu caráter propedêutico, de preparatório para o ensino superior, e passou a se preocupar mais com a formação geral.
Apesar dessa divisão do ensino secundário, entre clássico e científico, a predominância recaiu sobre o científico, reunindo cerca de 90% dos alunos do colegial.
Com base nessa ideologia e prática educacional, deu-se a formação escolar de José do Vale Arraes Feitosa, quando, segundo Feitosa (2003), fora apresentado pelo cônego Manoel Feitosa ao Seminário São José de Crato, em 1936, para concluir os cursos primário e ginasial.
Em 1942, como ex-seminarista, José do Vale foi indicado pelo monsenhor Pedro Rocha para auxiliar o padre Francisco de Holanda Montenegro, no então Ginásio do Crato.
José do Vale Arraes Feitosa foi um professor que exerceu o seu mister, de 1947 a 1989, nas mais tradicionais instituições de ensino médio do município do Crato, encravado no centro socioeconômico e político do Vale do Cariri cearense: Colégio Diocesano do Crato (escola privada pertencente à Igreja Católica), Colégio Estadual Wilson Gonçalves (escola pública) e Colégio Agrícola do Crato (hoje, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato).
Começou a sua prática docente já sob os auspícios doutrinários da Constituição de 1946, concluindo-a já sob a égide da Constituição Federal de 1988, que prescrevia o início de um debate propriamente pedagógico, visando-se, entre outras metas, recuperar a escola pública, aviltada e empobrecida nos períodos precedentes.
José do Vale Arraes Feitosa foi um professor que exerceu o seu mister, de 1947 a 1989, nas mais tradicionais instituições de ensino médio do município do Crato, encravado no centro socioeconômico e político do Vale do Cariri cearense: Colégio Diocesano do Crato (escola privada pertencente à Igreja Católica), Colégio Estadual Wilson Gonçalves (escola pública) e Colégio Agrícola do Crato (hoje, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato).
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