No dia primeiro de Julho de 1971 fui admitido no Banco do Cariri S/A, instituição financeira pertencente a Diocese do Crato, fundada pelo seu primeiro Bispo Dom Quintino de Oliveira e Silva, em 1919.
Monsenhor Raimundo Augusto de Araújo Lima era o presidente e o gerente ao mesmo tempo. Iniciei as atividades na função de escriturário na carteira de empréstimo.
O banco tinha uma grande clientela vinda desde Santana do Cariri, Várzea-Alegre, Lavras de Mangabeira, Brejo Santos, Jardim e outras cidades circunvizinhas.
Depois da conversa com Monsenhor Raimundo Augusto o cliente vinha para a minha mesa onde era assinada a documentação, feitos os cálculos e autorizado o pagamento pelo caixa. Nesta época não existia o crédito em conta, pagava-se em dinheiro na boca do caixa.
Ao final do expediente Monsenhor se posicionava do lado da minha mesa esperando para assinar a papelada. Um dia ele me contou uma história engraçada, disse:
Um motociclista transportava um amigo na garupa da motocicleta. Um catabi levou o garupeiro a chão. O motociclista não notou e depois de um km a diante é que tomou conhecimento da ausência do amigo e voltou.
Como fazia muito frio e ventava muito o garupeiro usava a camisa de modo contrário, com a frente para trás. Quando o motociclista chegou no local encontrou o amigo morto e dois doidos juntos ao corpo.
Perguntou então: Ele morreu da queda?
Um dos doidos respondeu, não, quando ele caiu estava vivo, mas nós fomos botar a cabeça dele para o lugar e ele não resistiu.
Monsenhor Raimundo Augusto, me casou e batizou os meus filhos. Sou um eterno devedor de sua generosidade. Era um religioso virtuoso e santo.
Como termino o meu texto. Um religioso virtuoso e santo.
ResponderExcluir