Volta e meia, volto a falar sobre os meias de ligação no futebol brasileiro. Não deixa de ser uma obsessão.
Dizia-se: "Um grande meia-armador é meio time". Nostalgia dos estilos de Didi e Gerson.
O grande Tostão não cansa de repetir, em suas crônicas, que um dos males maiores do nosso futebol foi a extinção dos meias.
Entanto, acho que quem fez desaparecer os meias foi a velocidade que o futebol ganhou.
Observamos que, hoje, os meias tem que antecipar a própria jogada que realizam. Saber como dar destino à bola antes que ela chegue.
Os espaços entrelinhas de defesa adversária são tão pequenos e raros, que os meias têm que possuir habilidade, à moda antiga, e velocidade para o executar o último passe.
Acho que a maior explicação é essa. Os esquemas de jogo mudaram, amparados numa velocidade que não existia.
O maior frasista brasileiro, Nelson Rodrigues, sustentava: "A velocidade é um prazer de cretinos".
Lembro-me de alguns meio campistas : Roberto Dias e Fefeu, no São Paulo. Piaza e Dirceu Lopes, no Cruzeiro. Zito e Mengálvio, no Santos. Adilio e Andrade, no Flamengo. E o mais consagrado de todos Dudu e Ademir da Guia no Palmeiras.
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