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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 6 de março de 2025

BOLA DA INFÂNCIA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Não gostava de estudar. Via cinema com entusiasmo e curiosidade. Ouvia rádio, o dia todo.

Mas, a coisa mais importante na minha infância e adolescência na cidade do Crato era o futebol. Sem concorrentes à altura.

Desde os "rachas" no estreito corredor da nossa casa, na rua Teophisto Abath.

O problema da falta de espaço nos fazia vítima de empurrões e esfregões junto às paredes. Parecia mais luta corporal do que futebol.

Bola de meia, à principio e, depois, uma feita de borracha que doía pra caramba nas "carimbadas".

A seguir, vieram as peladas em campinhos reduzidos, na base do cinco contra cinco. Aí, a bola podia até ser uma número 5 velha.

Tempo em que os meninos tinham como destino a rua e a bola. Isso, depois de cumpridos os chatos deveres de casa.

Retornávamos às nossas residencias imundos, da cabeça aos pés, e éramos recebidos com o grito da mãe: "vai tomar banho, menino !"

Como disse Romário, o mais importante é que "bricávamos a sério". Muitas vezes, o pau cantava e as coisas não eram tão pacíficas.

Depois das "disputas', a meninada se reunia à noite nos bancos da estação da RFFSA ou nas imediações do Bar Social, do Seu Chiquinho.

E aí, não precisa dizer que as discussões fantasiosas se estendiam até a hora de dormir.

Velhos tempos, belos dias da nossa infância com o futebol.

Um comentário:

  1. Eu também tenho as minhas lembranças. No Sanharol, em Várzea-Alegre tinha uma cambada de meninos da minha idade.

    Inicialmente a bola era um "jinipapo", não tínhamos dificuldade de encontrar. Do lado da casa tinha um frondoso pé cheio de frutos ou seja de bolas.

    Com o tempo evoluiu para bola de meia. Difícil era encontrar uma meia. Naqueles tempos tirando uma mulher de resguardo ninguém mais usava.

    Não tenho como esquecer essas lembranças minhas e dos meus amiguinhos. Basta olhar para os dedos dos pés e comprovar o estado das unhas.

    Quando não falta toda, falta a metade.

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