Não gostava de estudar. Via cinema com entusiasmo e curiosidade. Ouvia rádio, o dia todo.
Mas, a coisa mais importante na minha infância e adolescência na cidade do Crato era o futebol. Sem concorrentes à altura.
Desde os "rachas" no estreito corredor da nossa casa, na rua Teophisto Abath.
O problema da falta de espaço nos fazia vítima de empurrões e esfregões junto às paredes. Parecia mais luta corporal do que futebol.
Bola de meia, à principio e, depois, uma feita de borracha que doía pra caramba nas "carimbadas".
A seguir, vieram as peladas em campinhos reduzidos, na base do cinco contra cinco. Aí, a bola podia até ser uma número 5 velha.
Tempo em que os meninos tinham como destino a rua e a bola. Isso, depois de cumpridos os chatos deveres de casa.
Retornávamos às nossas residencias imundos, da cabeça aos pés, e éramos recebidos com o grito da mãe: "vai tomar banho, menino !"
Como disse Romário, o mais importante é que "bricávamos a sério". Muitas vezes, o pau cantava e as coisas não eram tão pacíficas.
Depois das "disputas', a meninada se reunia à noite nos bancos da estação da RFFSA ou nas imediações do Bar Social, do Seu Chiquinho.
E aí, não precisa dizer que as discussões fantasiosas se estendiam até a hora de dormir.
Velhos tempos, belos dias da nossa infância com o futebol.
Eu também tenho as minhas lembranças. No Sanharol, em Várzea-Alegre tinha uma cambada de meninos da minha idade.
ResponderExcluirInicialmente a bola era um "jinipapo", não tínhamos dificuldade de encontrar. Do lado da casa tinha um frondoso pé cheio de frutos ou seja de bolas.
Com o tempo evoluiu para bola de meia. Difícil era encontrar uma meia. Naqueles tempos tirando uma mulher de resguardo ninguém mais usava.
Não tenho como esquecer essas lembranças minhas e dos meus amiguinhos. Basta olhar para os dedos dos pés e comprovar o estado das unhas.
Quando não falta toda, falta a metade.