Aos 14 aninhos, a "trunfa" e a gola levantada, ao estilo dos roqueiros da década de 50/60, foto do garoto Wilton Bezerra.
Curtia o rock de Elvis Presley e o twist de Chubby Checker. Gostava do resfolego da sanfona de Luiz Gonzaga, ouvia e estranhava a Bossa Nova.
Não manjava nada de contracultura.
Olhar juvenil e cabuloso de quem achava o futuro glorioso.
O futebol já estava na veia.
As ruas do Crato, o seu chão.
As vezes lembro desse tempo de minha idade. De quando as preocupações ou grandes problemas eram no máximo tirar uma nota baixa na prova ou chegar atrasado e encontrar os portões do colégio fechados.
ResponderExcluirLembro do clima de harmonia e do falatório na sala de aula, do ingraçadinho da turma, das aulas de português e matemática eram que eu me dava bem, do jeito esquisito do professor de geografia, e da tão esperada aula de educação física.
Lembro como era gostoso quando batia o sinal do recreio e saíamos correndo das salas direto para o pátio comer o lanche, comprado na cantina ou trazido de casa embrulhado no papel laminado e uma garrafinha térmica com suco.
Quando chegava a hora de ir para casa e batia o sinal, tínhamos a certeza tão gostoza de que alguém lá fora estava esperando pela gente.
Tempos depois, estávamos nós aqui, adultos, cheios de incertezas, sem saber quem realmente somos. Nossos problemas e preocupações são bem maiores, nossas escolhas são decisivas, temos de nos virar sozinhos e o pior é que ninguém mais espera por nós.
Tem horas que me encontro absorto e me pergunto onde estão meus amigos de escola? Como estão? Que rumos tomaram em suas vidas?
Nesse exato momento não faço ideia de quem sou, o que sei é que daqui a um tempo, um bom tempo, vou lembrar dos dias de hoje e ter a certeza de quem fui, assim como no tempo de escola.
Esquecemos de lembrar que o garoto da cronica é Wilton Bezerra. Mas, caro Antonio, A sua reação foi espetacular. Seu texto bate com os meus sentimentos. Pararabéns.
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