Padre José Alves de Lima.
O povo de formação cristã e obediente à doutrina da Igreja Católica. Não há registros de nenhuma discórdia entre igreja e paroquianos. Entre 1915 e 1920 aconteceram fatos que deixaram à população do município triste e abalada. O suicídio do Padre José Gonçalves Ferreira e a venda do patrimônio de São Raimundo Nonato pelo Padre José Alves de Lima.
Em 1919 a Diocese do Crato, decidiu criar o Banco do Cariri S.A a primeira instituição de credito da região. O Bispo aconselhou as paróquias a capitalizarem valores em ações nominais com direito a voto. O padre José Alves de Lima, vigário de Várzea-Alegre decidiu vender o patrimônio de São Raimundo que contava entre outras coisas com 400 braças quadradas de terras, na sede urbana, doadas desde a criação da paróquia, em Novembro de 1863, pelo Major Joaquim Alves, sua esposa e outros. O Padre não encontrou apoio no poder político muito menos da população que revoltada protestou com veemência e fez surgir o primeiro foco de protestantes do município: leia-se famílias Sousa da Varzinha, Gino, Camilo e Aniceto da Vacaria..
O Padre não desistiu da idéia e vendeu o patrimônio ao Senhor Dirceu de Carvalho Pimpim. No sitio Varzinha, residia o Manuel Antônio de Sousa que protestou com um verso intitulado “Verso da Venda do Patrimônio de São Raimundo” uma obra prima que por muito tempo foi cantada e decantada por dezenas de homens nos adjuntos de apanha de arroz e nos maneiros paus da cultura popular já há muito esquecida. São 20 estrofes que as tenho bem guardadas em arquivo, e, hoje em dia, pouca gente conhece esta obra importante que serviu de protesto para todo aquele que não concordava com a venda do patrimônio do nosso padroeiro São Raimundo Nonato.
Em 1919 a Diocese do Crato, decidiu criar o Banco do Cariri S.A a primeira instituição de credito da região. O Bispo aconselhou as paróquias a capitalizarem valores em ações nominais com direito a voto. O padre José Alves de Lima, vigário de Várzea-Alegre decidiu vender o patrimônio de São Raimundo que contava entre outras coisas com 400 braças quadradas de terras, na sede urbana, doadas desde a criação da paróquia, em Novembro de 1863, pelo Major Joaquim Alves, sua esposa e outros. O Padre não encontrou apoio no poder político muito menos da população que revoltada protestou com veemência e fez surgir o primeiro foco de protestantes do município: leia-se famílias Sousa da Varzinha, Gino, Camilo e Aniceto da Vacaria..
O Padre não desistiu da idéia e vendeu o patrimônio ao Senhor Dirceu de Carvalho Pimpim. No sitio Varzinha, residia o Manuel Antônio de Sousa que protestou com um verso intitulado “Verso da Venda do Patrimônio de São Raimundo” uma obra prima que por muito tempo foi cantada e decantada por dezenas de homens nos adjuntos de apanha de arroz e nos maneiros paus da cultura popular já há muito esquecida. São 20 estrofes que as tenho bem guardadas em arquivo, e, hoje em dia, pouca gente conhece esta obra importante que serviu de protesto para todo aquele que não concordava com a venda do patrimônio do nosso padroeiro São Raimundo Nonato.
Estrofe do verso de Manuel Antonio:
ResponderExcluirÉ certo que protestante
Nesta terra ainda não tem
Por causa destes abusos
Aparecem mais de cem
E se o orgulho aumentar
E alguem quizer virar
Chame que eu viro tambem.
Frase do Papa.
ResponderExcluir“A corte de Roma recolhe todo dinheiro, ela vende o Espírito Santo, as ordens sacras e os sacramentos: Ela perdoa todos os delitos a quem tiver para pagar a absolvição”.
Papa Pio II
O primeiro foco de protestantes, chegado a Farias Brito, eram oriundos da Vacaria, municipio de Varzea Alegre: os Ginos e os Anicetos.
ResponderExcluirChegaram e fizeram história, e a herança de boa índole está viva, e semeando bons frutos.
Veja um texto postado por mim no Blog de Farias Brito, que faz uma justa homenagem a esse grande filho de Várzea Alegre, que aos noventa e tantos anos, dá lição de dignidade Humana.
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Os 93 anos de Seu Antonio Aniceto marcaram uma
verdadeira epopéia, na recente história de Farias Brito.
Figuras especiais, carregando a tiracolo seus familiares,
aportaram os Ginos e os Aniceto na nossa cidade,
mais ou menos nos anos sessenta do século passado,
com uma missão planejada. Expandir seus negócios,
e difundir os ensinamentos que a sua religião pregava.
No meio de uma população tradicionalmente católica,
a cidade mais parecia um campo de guerra, com o pároco
a comandar um verdadeiro exército de fanáticos seguidores.
Aos gritos provocativos, e centenas de bandas de tijolos atiradas,
o pobre abrigo familiar dos Aniceto mais parecia uma casamata,
ou um abrigo antiaéreo.
Nada disso amedrontou, porém, aquela figura de corpo franzino,
mas de um coração de leão. Fincou a sua bandeira
da fé e do trabalho, e com dedicação, amor, e muito respeito,
conquistou os seus objetivos, plantando no nosso solo
as mais bonitas sementes.
Aos noventa e três anos, com o vigor de uma criança,
passeia pelas ruas de nossa cidade, de peito aberto,
cabeça levantada, lucidez, e uma oratória religiosa consciente,
só igualada aos grandes mestres da conquista, e do convencimento.
A esse mestre temos muito a agradecer, pelos ensinamentos
de como vencer pela persistência, e pela sabedoria.
Elmano Rodrigues Pinheiro.
"
As nossas considerações a respeito da fé religiosa, estão cheias de fundamentos.
Meu caro Elmano.
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentario extraordinario. O meu genro Dr. Menezes e minha filha a Dra Ana estão lhe esperando em Varzea-Alegre, no sitio Sanharol. O frizer está cheio de capote a sua espera.
Existem religiosos que se colocam irredutivelmente do lado da doutrina cristã e, infelizmente,existem aqueles que bandeiam por interesses outros que não são dignos da igreja de Jesus Cristo.
ResponderExcluirExistem fatos que marcam as pessoas para sempre. Quantas pessoas tiveram suas vidas marcadas por decisões como esta? O meu pai tinha uma casa na sede do municipio e um dia eu vi e ouvi ele comentando com minha mãe: Juca de Freitas quer alugar a casa, mas eu não vou puder alugar porque ele é crente. Veja o absurdo.
ResponderExcluirMorais, história bastante interessante. Não entendi porque o padre queria vender as terras. Será que ele já temia os sem terras? Kakaka. Aniceto e Gino da Vacaria eram primos do meu pai. Hoje, existem vários pastores da igreja batista oriundos daquelas famílias.
ResponderExcluirO teu comentário sobre o aluguel da casa a Juca de Freitas remete me a uma experiência que tive quando criança. Meu pai me mandou para uma escola que os Eufrásios da Varginha haviam aberto, la pelos idos de 1946. A professora fora importado da sede do município. Quando eu cheguei a escola todo animado carregando um livro debaixo do braço, intitulado, “Crestomatia.” Ela olhou pra mim e disse – você não pode ficar aqui não, esse livro é de protestante. Minha mãe era convertida da Igreja Batista, porém meu pai nunca se interessou por religião e nos dizia que na mente cabe tudo e deve ser respeitada. Ele ficou desgostoso com a atitude da moça, e falou pra mim num tom severo – então você não vai. Fiquei sem escola naquela entre safra. Era a única oportunidade que tive para assistir aula naquele ano. Sou grato a moça porque meu pai aproveitou da ignorância dela para lê de vez em quando os contos da Crestomatia para todos nós. A experiência fez uma grande diferença em nossas vidas.
Esses fatos são muito importantes pra mim. Aos poucos vou vivendo a história de Várzea Alegre que representa um micro retrato dos costumes e condições sociais do Ceará.
Muito obrigado, Morais.
Prezado Professor.
ResponderExcluirAntonio Dantas.
O padre queria se tornar um investidor. O dinheiro advindo com venda do patrimonio foi comprado de ações ordinarias do Banco do Cariri S/A pertencente a Diocese do Crato. Hoje o Bicbanco do Grupo Bezerra de Menezes.