Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Pau de sebo - Por Mundim do Vale

Numa sexta-feira da paixão, o prefeito de Várzea-Alegre promoveu algumas brincadeiras na avenida velha. Era: Quebra pote, corrida de saco e pau de sebo que nem era pau nem era sebo. Era um cano de ferro com seis metros de altura passado graxa e uma bandeira do município afixada no topo. Quem conseguisse subir tinha que trazer a bandeira para trocar com o Senhor prefeito por cinquenta cruzeiros. Em um palco improvisado estava o Prefeito, a primeira Dama, algumas autoridades e o locutor com um sistema de som igual a som de grevista, que era para entrevistar os vencedores. Depois de algumas brincadeiras, foi feito o pau de sebo. O publico e a torcida ficavam a margem da praça e no centro o pau de sebo. O atleta era conduzido pela torcida até o pau de sebo para que houvesse mas incentivo.

O primeiro candidato foi Renato de Zé Sobrinho, subiu apenas dois metros e escorregou levou uma vaia e saiu sujo de graxa; em seguida foi a vez de Caseca de Pajé, aconteceu a mesma coisa. Enquanto isso Chico Guedes, que era sobrinho da engomadeira Armerinda Guedes, estava no canto da praça com uma roupa branca e bem engomada, achou que devia participar e falou para tia: Tia, "eu tombem vou vadiar no pau de sebo". Não Chico! Aquele pau está sujo de graxa e eu tive muito trabalho para engomar a sua roupinha. Nessa hora Chico Bento tinha tentado e não conseguiu nem tirar os pés do chão.

Chico Guedes pegou um descuido da Armerinda e correu pra lá. Tentou a primeira vez subiu um metro e meio e escorregou. Na segunda vez subiu um metro e meio e escorregou novamente, na terceira quando estava com dois metros, parou como quem ia desistir, mas de repente surpreendeu todo mundo. Numa velocidade incrível subiu até o topo e ficou passando as mãos sujas na bandeira. A torcida em baixo gritava estérica para ele trazer a Bandeira: de lá perguntou: "É prumode eu levar a rudia"? È, é, é, é! Chico desceu com a bandeira e o locutor o chamou para o palco para receber o prêmio e fazer os agradecimentos.

Quando Chico chegou todo sujo o locutor falou: Muito bem Chico! Você foi o campeão. Mas explique aqui para o Senhor prefeito e a senhora primeira Dama, como foi que você conseguiu chegar lá em cima. Pelo jeito é muito difícil, não é mesmo? É divera! " Eu inté quiria seadescer, mais Zé de seu Totô deu uma dedada no meu carritel, aí o jeito qui teve foi eu seassubir".

3 comentários:

  1. O Chico Guedes foi a forra com o Zé de seu Totô. No outro dia, sabado de aleluia, a brincadeira foi no Sanharol. Consistia em vedar os olhos do brincante, dar umas tres voltas e entregar um pau para tentar abater um galo enterrado no chão com apenas a cabeça de fora. Zé de seu Totô chegou com sua lambreta, estaciou e decidiu vadiar tambem. Vedaram-lhe os olhos, deram-lhe tres voltas e saiu o Ze de pau na mão a perseguir o galo. Tomou direção adversa, foi pra lá, foi pra cá sob a gritaria da torcida. Está quente, esfriou etc. Chico Guedes era o mais entusiasmado, ali estava o chance de vingança. Zé se aproximou da lambreta e desceu o pau mesmo entre os guidons destruindo toda. Chico Guedes eatava vingado da malvadeza que o Ze fizera ao seu monossilabo.

    ResponderExcluir
  2. É Dr. Jose do Vale.

    Foguete movido a dedo.

    ResponderExcluir