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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 1 de março de 2016

Antonio Alves do Sanharol - Por Antônio Morais


A casa da foto que ilustra a postagem fica na fazenda Pitombeira no município do Assaré pertencente ao agro pecuarista Raimundo Menezes.  O rapazinho que está na foto é meu neto  João Pedro.

História do Sanharol:

Uma família residente no Sanharol resolveu ir embora para o Juazeiro do Norte e, deixou uma casinha de taipa que foi ocupada por Antônio Alves e família, com o consentimento do proprietário é claro. Dez anos depois, um filho do dono da casa apareceu em Várzea-Alegre para vendê-la.

Mesmo não tendo encontrado comprador algum, o Antônio Alves se viu sob a ameaça de ser despejado. Mundim do Sapo, conhecendo as dificuldades encontradas para a venda, observou para o vendedor que o comprador ideal para casa era o Antônio Alves. Como o vendedor não havia encontrado nenhuma proposta de negocio, estava disposto a discutir qualquer oferta.

Então, Mundim do Sapo disse: Amigo esta casa dá certo para o Antônio Alves, e se você quiser ele faz uma troca. Ele tem uma jumenta e pode dar negócio! O Antônio Alves já foi adiantando: é, eu só faço a troca se for na "orelha", termo que na bolsa de valores do Sanharol significa dizer, um no outro, sem volta. Sem outra opção e na ausência de outra oferta qualquer o rapaz deu a entender que aceitava o negocio, afinal melhor a jumenta do que nada. Antônio Alves passou a botar defeitos no seu bem: Eu não lhe engano, a jumenta é "veaca, ladrona, coiceira e morde"!

O rapaz resolveu deixar as coisas como estavam, retornou ao Juazeiro do Norte sem fazer negocio e o Antônio Alves ficou com a casa e com a jumenta. 

6 comentários:

  1. Dona Zefa adoeceu para ter menino. O nono filho do casal. Antonio Alves a deixou sozinha em casa e foi a casa de seu irmão Ze de Ana pedir para ir buscar a parteira Antonia Cabileira. Zé de Ana era medroso e disse que só ia se ele chamasse um dos filho de Pedro Andre para ir junto, sozinho nem pensar. Antonio Alves foi falar com Pedro Andre e ele determinou ao meu pai que atendesse ao Antonio. Eu vou só, não preciso de companhia, disse meu pai. Quando meu pai chegou com a parteira o Antonio estava no terreiro, com o seu cigarrinho aceso, e a menina os berros junto com a mãe no quarto. O quanto a natureza é generosa.

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  2. Morais...........Estas histórias nos fazem lembrar o quanto o nosso passo é rico, e como é importante guardarmos nosso passado.Parabens, chega a nos emocionar estas passagens.....Pessoas anonimas com histórias de vida que nos fazem meditar, sobre esta nossa correria a procura de vencer na vida.

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  3. Enio.

    No texto anterior, eu descrevo, Picoroto no meio da carga de mantementos servindo de Guia, o rebanho a seguir, e por ultimo os vaqueiros Ze Dourado e Zuca Cunha puxando panqueca pelo cabresto. È o retrato fiel da despedida de Panqueca rumo ao Assaré, mesmo eu ainda não tendo nascido nesta epoca. Aí está o valor das conversinhas que tenho com o seu pai e tive com o meu pai. Conhecemos uma historia que não vivemos.

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  4. Não cheguei a conhecer esse personagem, pessoa muito querido e admirado por todos da comunidade do Sanharol. Ele vinha da cidade passando frente à casa velha do meu avô José Alves Feitosa Bitu, morando no período meu pai, fez a seguinte pergunta: Raimundo!!! O que é o que è, uma boca virada pra cima dizendo: curiantã de coqueiro fugiu de sua gaiola, não sei por qual motivo guriatã foi embora. A simulação da pergunta tinha como resposta, o parque lima que tinha chegado a Várzea-Alegre para os festejos alusivos a festa de São Raimundo Nonato.

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  5. João Bitu.

    Voce não conheceu Antonio Alves, mas conheceu Dona Zefa e a casinha que ficava diante da casa de seus pais. Deus faz as coisas benditas. Graças a generosidade de Raimundo Bitu e Cotinha não faltava nada a Dona Zefa. Não posso deixar de fazer este registro.

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  6. Realmente Morais, Dona Zefa de Antonio Alves tanto conheci como fazia companhia à noite dormindo em sua casa. Ela morava sozinha, realmente meus pais de tudo que nós participávamos com relação ao alimento precioso, ela também participava. Tinha a profissão de rendeira, fazia varanda de rede, eu gostava de mexer nos birôs de sua almofada e levava muito carão.

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